Prato vazio

Segundo o sociólogo Herbert de Souza, “quem tem fome tem pressa”. Em Sergipe, por exemplo, estado onde a insegurança alimentar maltrata mais da metade da população, a urgência do prato vazio grita a plenos pulmões, em alto e bom som.

Segundo pesquisa do IBGE, Sergipe lidera o ranking de insegurança alimentar no Brasil. Algo em torno 126 mil pessoas no estado acordam sem saber se terão o de comer ao longo do dia.

O mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), amparado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), demonstra que a insegurança alimentar leve atinge 32,1% da população sergipana, cerca de 766 mil pessoas; a insegurança alimentar moderada (13,2%)  alcança aproximadamente 314 mil pessoas. Já o número de pessoas que passam por insegurança alimentar grave é de 126 mil pessoas, ou 5,3% da população.

O governo de Sergipe sabe da fome que aflige os sergipanos. Tanto, que pensou em um programa para colocar comida no prato da população. Infelizmente, no entanto, a iniciativa teve um alcance muito limitado. Apenas dois municípios foram beneficiados. E, mesmo assim, somente cinco dias por semana.

No ranking da fome, Sergipe se destaca entre os primeiros colocados. A letargia econômica, sublinhada por levantamentos diversos, entretanto, pode ser constatada a olho nu. A população sujeita à mendicância cresce em ritmo inversamente proporcional à criação de empregos. Os famintos são muitos.