Prefeitura permanece impedida de realizar o LIRAa e os mutirões semanais
Publicado em 14 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia
Com a determinação do Tribunal de Justiça do Estado de limitar as visitas domiciliares pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a Prefeitura de Aracaju está impedida de realizar ações essenciais no combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, como os mutirões e o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
A decisão, do final de abril deste ano, foi fruto de uma Ação Civil Pública movida pelo sindicato da categoria, o Sacema. Perante isso, a Procuradoria Geral do Município (PGM) já se manifestou nos autos do processo, requerendo à Justiça que reconsidere a decisão liminar, tendo em vista o risco sanitário que o prolongamento dessa interrupção pode ocasionar.
Até a publicação de uma nova decisão judicial, o Programa Municipal de Combate ao Aedes permanece apenas com o trabalho de fumacê costal, fiscalização de espaços públicos e orientações de porta em porta.
Após essa notificação e interrupção dos trabalhos presenciais, foi registrado em julho um aumento no LIRAa de 23%, quando comparado ao mês de maio do mesmo ano, indo de 1,3 para 1,6. Na avaliação de casos de arboviroses em 2021, foi observado um aumento progressivo a partir de abril. De junho a julho, por exemplo, o aumento foi de 120% nos casos notificados de dengue; 59% nos de chikungunya e 340% nos de Zika.
"No ano passado, durante o pico da pandemia de coronavírus, já havíamos dado uma pausa nas visitas domiciliares, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Após a mudança nesse processo de trabalho, observamos um aumento de 277% nos casos notificados das três arboviroses em maio, e de 488% em junho de 2020. Neste mesmo período, Aracaju confirmou dois óbitos por chikungunya", pontua a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde, Taise Cavalcante.
Após a queda do pico da primeira onda, em 2020, e do eventual retorno das visitas domiciliares, a SMS aumentou ainda mais as medidas de segurança, considerando a Nota Informativa nº 8/2020 do MS, que recomendava adequações nas ações de vigilância e controle de zoonoses frente à atual situação epidemiológica.