Presença de Bruna Brandão

Bruna Brandão riscou o céu como uma estrela cadente, uma presença incandescente que arde na lembrança e ultrapassa a brevidade da matéria, desafiando o fim.

‘Para costurar pedaços de mim’, o tributo abrigado hoje pelo Museu da Gente Sergipana, não evoca somente uma artista inquieta, ansiosa para realizar muito, o quanto antes. O evento desta noite parece investir em resiliente impulso de vida, avivar a fagulha da criação.

Este é, também, o nome de um álbum disponibilizado nas plataformas de streaming após a partida precoce de Bruna, finalizado pelos músicos Vinícius Bigjohn e Allen Alencar – um vislumbre do tanto ainda a ser feito por ela, uma menina, uma cantora e compositora que tateava o próprio íntimo, a procura de si.

‘Para costurar…’, o tributo, consiste em uma exposição das peças artesanais confeccionadas por Bruna e audição dos registros disponíveis, a serem reunidos no álbum ‘Lampejo’. O ponto alto da noite, no entanto, deve ser mesmo a apresentação dos amigos conquistados em sua caminhada artística, desde Joésia Ramos, Patrícia Polayne e Sandyalê, até Moreno, Dami Narayama e Thiago Ruas, entre outros.

Num contexto de experiências efêmeras, Bruna Brandão permanece – um fogo vivo, um retalho alinhavado, um punhado de canções.

Para costurar pedaços de mim no Museu da Gente Sergipana: Terça-feira, 01, a partir das 17 horas.