Ronildo Almeida, presidente da Fecomse
Presidente da Fecomse repudia falta de interesse do empresariado nas negociações da convenção coletiva
Publicado em 04 de maio de 2021
Por Jornal Do Dia
"É importante o setor patronal olhar com respeito e valorizar o seu trabalhador, responsável direto pela movimentação da economia e pelo ganho do próprio empresariado no capitalismo". O desabafo é do presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe (Fecomse), Ronildo Almeida, e demonstra a preocupação da categoria com a falta de interesse do patronato em avançar nas negociações da Convenção Coletiva de Trabalho 2021.
Segundo o dirigente sindical, a pauta de reivindicação dos trabalhadores do comércio e serviços foi entregue à Federação do Comércio, representada pelo deputado federal Laércio Oliveira, e aos demais empresários, representados pelos seus sindicatos, no final do ano passado e não há avanços até o momento. "
Estamos preocupados com a situação. Além do processo de pandemia e os riscos que a crise sanitária traz para todos, temos a questão das condições de trabalho e salarial, dívidas que o patronato tem com seus empregos de antes da pandemia do coronavírus", explica Ronildo Almeida.
Para o presidente da Fecomse, o desinteresse da classe empresarial nas negociações demonstra total descaso pelos comerciários e comerciárias. A situação dos trabalhadores é bastante crítica, avalia Ronildo Almeida, com acúmulo de prejuízos financeiros e sociais que vêm desde antes da pandemia e que foi agravado agora com a crise sanitária.
"Desde o começo da pandemia do coronavírus, estamos na linha de frente sem a vacina necessária para preservação da saúde e da vida, com companheiros que se arriscam para manter os serviços funcionando. Muitos trabalhadores e trabalhadoras foram contaminados, convivem diariamente com o medo de pegar o vírus, não podem fazer o isolamento social porque precisam trabalhar, e, na hora em que buscam garantir os seus direitos, não são valorizados e respeitados como deveriam", ressalta Ronildo Almeida.
O presidente da Fecomse reforça a indignação da categoria diante da desvalorização e do desrespeito pela mão-de-obra comerciária, que gera impostos e riquezas para o Estado.
"Esperamos que nossas reivindicações sejam atendidas, não como um favor, mas como pagamento pelo trabalho efetivo que realizamos. É preciso urgentemente sentar à mesa e discutir a pauta sem se aproveitar do momento para retirar direitos e conquistas, aumentando ainda mais a exploração contra a classe trabalhadora. É preciso avançar no processo de negociação. Ignorar o valor da classe trabalhadora e o seu papel fundamental na sociedade, especialmente neste momento de pandemia, é vergonhoso. Mas que isso, é vergonhoso e desumano", protesta Ronildo Almeida.