Produtores e DJs das falam do impacto do novo Coronavírus no mercado de eventos
Publicado em 31 de março de 2020
Por Jornal Do Dia
É indiscutível que a descoberta do novo Coronavírus abalou as estruturas de toda a economia global. O setor do entretenimento foi diretamente afetado, a começar pelas festas, o que tem preocupado muitos DJs e produtore. Como exemplos, Guilherme Acrízio e Luciano Vianna. Guilherme é produtor da festa "Treta", que hoje possui edições regulares em mais de 20 cidades, incluindo as internacionais, como em Nova York e Lisboa. Nas edições semanais, a "Treta" recebe em média 400 pessoas, e nas especiais, já chegou a um público de até 20 mil. Já Luciano é criador e DJ residente da Festa Ploc, maior evento de música pop retro do país, com cerca de 10 festas por mês na cidade do Rio e eventos em todas as capitais. No momento que se passa no mundo todo, estes números representam um problema: aglomeração e risco.
Tanto para Guilherme quanto para Luciano, o impacto econômico do novo Coronavírus atinge 100% no mercado de entretenimento, e o prejuízo acompanha a mesma porcentagem, não somente pelo cancelamento das festas em si: "De maneira geral, o impacto começa pois dependemos em primeiro lugar de um público que busca diversão e para isso, precisa ter dinheiro, estar trabalhando e rendendo para poder gastar", conta Acrizio. Mas ambos afirmam também que independente desta questão, as festas seriam canceladas em virtude de que a saúde e bem-estar do público e equipe estão em primeiro lugar.
Seguindo a ramificação da crise, o problema passa então para os colaboradores. De acordo com Guilherme, "só entre os fixos, temos mais de 20 DJs, 4 fotógrafos, mais de 15 promoters. Cada lugar tem sua equipe montada, o que torna o número ainda maior", já Luciano ressalta que o número de desempregados será contado em centenas: "são equipes inteiras, começando por nós, produtores, até os seguranças, bilheteria, faxineiros e entre outros, centenas de desempregados". Somando ao cálculo as pessoas que dependem destes mesmos colaboradores, o prejuízo torna-se incalculável, fazendo da crise econômica quase um segundo vírus.
Estratégia e futuro- Para Luciano, as estimativas para este ano não são positivas e o produtor diz que não vê uma solução prática a curto e médio prazo partindo da iniciativa privada, "infelizmente não vejo uma saída que não passe por uma grande ajuda financeira do governo". Além disso, faz uma drástica previsão ao ano: "2020 está perdido. Será um ano para enterrar mortos e contabilizar prejuízos. As poucas empresas de produção que sobreviverem verão a situação tornar a melhorar no próximo ano".