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Prognóstico Climático do Inverno 2024
Publicado em 29 de junho de 2024
Por Jornal Do Dia Se
O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou uma nota sobre a chegada do inverno de 2024, apontando que no Hemisfério Sul, o inverno começou no dia 20 de junho de 2024, às 17h51, e terminará no dia 22 de setembro, às 9h44 (horário de Brasília). Conforme a nota do Ministério da Agricultura e Pecuária, climatologicamente, a estação é marcada pelo período menos chuvoso das regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, enquanto os maiores volumes de precipitação (chuva) ficam concentrados sobre o noroeste da Região Norte, leste da Região Nordeste e parte da Região Sul do Brasil.
Ainda de acordo com a referida nota, a redução das chuvas em grande parte do país nesta época do ano acontece devido à persistência de massas de ar seco, que ocasionam a diminuição da umidade relativa do ar, o que consequentemente, favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais, bem como aumento de doenças respiratórias.
Tem-se uma menor incidência de radiação solar, pois a estação caracteriza-se também pelas incursões de massas de ar frio, oriundas do sul do continente, que provocam queda na temperatura do ar, resultando em valores médios inferiores a 22ºC sobre a parte leste das regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Em complemento à nota, o Ministério da Agricultura também disponibilizou um prognóstico climático do inverno/2024 para todas as regiões do Brasil.
O prognóstico foi produzido de forma conjunta pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950 e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que é um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O referido prognóstico aponta a indicação de predominância de chuva próxima à média no interior nordestino sendo que, esta área, se encontra em seu período seco. No restante da região, a previsão indica condições de chuvas ligeiramente abaixo da média. O prognóstico informa que a ocorrência de chuva intensa não está descartada para o litoral da Região Nordeste em função do persistente aquecimento anômalo das águas do oceano Atlântico tropical. Em relação a temperatura, a previsão indica para este inverno o predomínio de temperaturas acima da média em toda a região Nordeste.
Para ampliar a visão do inverno do ano de 2024, também apresentarei informações de um boletim produzido em uma ação conjunta entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres- CENAD que tem o objetivo de apresentar o monitoramento e previsões sobre o fenômeno El Niño iniciado em 2023, bem como informar sobre possíveis impactos no ano de 2024.
Conforme consta no boletim citado, ao longo de junho de 2023 a abril de 2024, o monitor de secas mostrou a mudança da situação de seca em todo o País, sob influência do El Niño. Na região Nordeste ocorreram áreas com seca grave, que retrocederam a partir de março de 2024. De março para abril de 2024, o monitor de secas indicou redução da gravidade de seca em diversas áreas, como sudoeste do Amazonas, noroeste e norte de Mato Grosso, áreas do interior do Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Alagoas, e sul da Bahia.
O boletim conjunto revela que o fenômeno El Niño 2023/2024 começou a impactar o Brasil em meados de 2023, intensificando-se na primavera e no verão e trouxe impactos climáticos significativos, com consequências variadas nas diferentes regiões do país. A precipitação acumulada registrada entre o período de maio de 2023 a maio de 2024 foi de grandes acumulados de precipitação nas regiões Sul e Norte, principalmente. Porém, sob a influência do El Niño, as regiões Sul e Sudeste tiveram impactos em termos de abundância de chuva e as regiões Norte e Nordeste experimentaram um déficit de chuva.
Conhecidamente, o inverno no litoral do Nordeste é marcado por acumulados de chuva mais intensos e isto deve-se a uma combinação de fatores, como o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical, que influencia diretamente a disponibilidade de umidade na atmosfera. Tem-se também a disponibilidade de umidade trazida pelos ventos alísios, contribuindo para a formação de nuvens e chuvas volumosas, especialmente durante o período de maior atividade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
A questão de conhecer a situação climatológica do inverno no Nordeste em face do El Niño é estarmos preparados para as ocorrências de chuvas que afetam o cotidiano dos principais centros urbanos e a preparação para o enfrentamento deste período.
No boletim conjunto liderado pelo INPE é destacado o cuidado que devemos ter com os usos múltiplos da água que podem ser impactados de maneira diferente em cada região, em função dos efeitos sobre o armazenamento de reservatórios e níveis d’água de rios, e sobre a ocorrência e intensidade de inundações.
Conforme o boletim, em parte da Região Nordeste, o mês de maio é considerado como período úmido, com ocorrência de chuvas e elevação de vazões nos rios. Nesse período, os reservatórios são gradualmente recuperados em decorrência dos aportes de vazões, que podem ficar abaixo da média em razão do El Niño. Com o menor volume de chuvas esperado para o período chuvoso (janeiro a julho de 2024), a recarga hídrica pode não ser suficiente para elevar o armazenamento dos reservatórios a níveis adequados ao atendimento dos usos múltiplos da água, o que deve ser avaliado ao final da estação chuvosa. Felizmente tivemos em maio, volumes de chuva significativos, resultando no aumento de 9% no total de armazenamento do conjunto de reservatórios em relação à situação no fim de abril, atingindo 59% da capacidade total no início de junho.
Que tenhamos um inverno adequadamente chuvoso e consigamos superar possíveis ocorrências decorrentes da referida estação.