Protocolos de segurançarestringiram acesso de deputado ao Hospital de Campanha
Publicado em 06 de junho de 2020
Por Jornal Do Dia
Na manhã desta sexta-feira, a administração do Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar, construído pela Prefeitura de Aracaju no Estádio João Hora de Oliveira para assistir pacientes da covid-19, recebeu a visita não agendada do deputado estadual Samuel Carvalho e uma equipe de assessores, inclusive com cinegrafista, fotógrafo e repórter, os quais queriam realizar inspeções na unidade de saúde, sem explicar os motivos e os devidos fins para isso. A equipe do parlamentar chegou a acessar, inadequadamente, áreas próximas para realizar imagens do local.
O parlamentar foi recebido pelo administrador do hospital, Jorge Freitas que, devidamente paramentado com equipamentos de proteção individual, foi até a portaria atender o deputado, que usava apenas máscara e proteção facial, e explicar que esse tipo de visita era proibida por motivos óbvios, já que infringe protocolos estabelecidos por entidades médicas e recomendados pelo próprio Ministério da Saúde, para não contaminar as dependências da unidade, que tem, no momento, 19 pacientes hospitalizados, sendo 11 na Ala de Média Complexidade e oito na Ala de Baixa Complexidade.
De acordo com Jorge Freitas, a entrada de pessoas desparamentadas e que não façam parte do universo médico ou de funcionários, sejam elas quais forem, é terminantemente proibida. "O uso de máscara e protetor facial, que era o caso do deputado, não é suficiente para garantir imunidade em relação ao vírus", reforça. Mesmo insistindo em algumas perguntas relativas ao funcionamento do hospital, explica Jorge, o deputado entendeu a situação e depois foi embora. "Não existia a possibilidade de quebrar esse protocolo por conta da contaminação", diz o administrador.
Atendido em uma dessas unidades, a equipe avalia se o paciente preenche os critérios de elegibilidade para estar na rede de covid-19. "Esses critérios são: apresentar síndrome gripal ou crise respiratória aguda. A depender da situação, ele pode ser encaminhado, dentro da rede, ou para o Hospital de Campanha ou para o Hospital São José", reforça o coordenador da equipe médica de covid-19 do município, Flávio Cardoso Arcangelis.
Isso porque a rede municipal atende a casos de baixa e média complexidade. Dentro desse contexto, eles podem ser classificados como pacientes de área verde ou amarela. "O da área verde é o suspeito ou confirmado de covid-19 e que não tem sintoma respiratório mais grave, como a dificuldade de respirar. Mesmo assim, precisa ser hospitalizado por alguma questão, como ser idoso, morar só, estar em situação de vulnerabilidade social", explica Flávio.
Já o paciente considerado amarelo tem o mesmo perfil, mas se diferencia por apresentar desconforto respiratório, porém sem a gravidade de necessitar ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Ele tem dificuldade para respirar, mas os parâmetros médicos são aceitáveis", ressalta.
Segundo o médico, os pacientes permanecem em média dez dias no Hospital de Campanha. Com a alta médica, eles são encaminhados a uma das oito unidades de referência, nesse caso a mais próxima de sua residência, cuja equipe também é avisada e passa a acompanhá-lo.
O deputado ainda solicitou outras informações, como o número de pacientes internados e os protocolos que regulam a entrada, a permanência e a saída de pacientes no hospital. Os dados serão passados por ofício pela própria secretária da Saúde, Waneska Barboza.