Quase parando

Se, em âmbito nacional, a vacinação contra Co vid-19 caminha a passos lentos, em Sergipe ela  está quase parando. O próprio governador Belivaldo Chagas reconheceu as dificuldades, ao anunciar a suspensão do feriadão de Carnaval. Segundo ele, os prefeitos precisam tomar a tarefa para si.
Belivaldo não mente, mas quer se livrar da responsabilidade. Não bastasse o número insuficiente de doses, muito aquém da real necessidade dos sergipanos, há também a demora para vacinar, responsabilidade do poder municipal. Aparentemente, falta capacidade logística e empenho.
Os números não mentem. Até agora, o estado de Sergipe recebeu 75.800 das vacinas CoronaVac e Astrazeneca, mas só foram vacinadas pouco mais de 25 mil pessoas do público alvo, 8.922 em Aracaju. A vacinação começou há 15 dias.
Meia verdade, quando muito, é a afirmação de que a vacinação em massa dos brasileiros está em curso. Faltam doses da vacina, insumos e preocupação com a vida da população. O negacionismo do presidente Jair Bolsonaro repercute em centenas de milhares  de mortos.
Sem a imunização em massa, o coronavírus pode sofrer mutação e se tornar ainda mais letal, prolongando os efeitos da crise econômica e sanitária por muito tempo. Em Sergipe, por exemplo, já foram registrados casos com uma cepa desconhecida do vírus, consequência da omissão criminosa das autoridades ao longo da pandemia em curso. Infelizmente, o plano nacional de imunização do Ministério da Saúde peca por vago demais, deixa muito a desejar. O sergipano também.