Quase um milagre

Apesar de todos os pesares, a vacinação avança. On- tem, a Prefeitura de Aracaju divulgou cronograma  segundo o qual a população com 40 anos ou mais terá recebido a primeira dose da vacina já no início da próxima semana. O Governo de Sergipe, por sua vez, trabalha com a perspectiva de vacinar toda a população adulta até setembro. O único "porém" neste enredo de esperanças renovadas é a competência falha do Ministério da Saúde.
Infelizmente, a aquisição e distribuição das vacinas competem ao governo federal. Se as doses forem entregues no prazo previsto, contudo, a Secretaria de Estado da Saúde garante que todos os adultos estarão vacinados, em breve. Trata-se de uma estimativa, somente. Mas a informação é capaz de encher o coração dos sergipanos de esperança.
Não é para menos. Todas as notícias relacionadas à gestão da pandemia têm o condão de frustrar a convicção do mais resoluto dos brasileiros. Sob Bolsonaro, a Ciência foi rebaixada a uma questão de convicção pessoal. O resultado floresce em números de guerra: O País está perto de alcançar a marca macabra de 500 mil mortos pela covid.
Não precisava ser assim. Segundo o inquérito a cargo do Senado, no entanto, o negacionismo persistente do presidente brasileiro foi de encontro a todas as medidas capazes de conter a circulação do vírus em território nacional. Ainda agora Bolsonaro profere absurdos, defende tratamentos com eficácia descartada em todo o mundo civilizado; prega a desobediência aos decretos de governadores e prefeitos; faz campanha contra o uso das máscaras de proteção individual. 
Com um presidente assim empenhado na vitória do vírus, permanecer vivo para receber as duas doses da vacina é quase um milagre.