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Quem ganha, quem perde


Publicado em 07 de abril de 2014
Por Jornal Do Dia


Se não define quem será o eleito, a confirmação de que o prefeito João Alves Filho não disputará a eleição para o governo do Estado mostra que o confronto se dará mesmo entre o governador Jackson Barreto (PMDB) e o senador Eduardo Amorim (PSC). O senador Antonio Carlos Valadares (PSB) se transformou em personagem secundário num processo em que tinha tudo para ser determinante.

João não disse ainda que vai apoiar a candidatura à reeleição de Jackson, mas ele e sua família agem abertamente nesse sentido. Os encontros públicos e reservados com o governador são frequentes e benéficos para o povo aracajuano. O prazo de candidaturas e alianças termina em 30 de junho, pouco antes do início da Copa do Mundo, mas os sergipanos não devem tomar como surpresa a aliança.
Nos últimos anos, João e Jackson se esculhambavam mutuamente, mas já foram aliados fraternos, mesmo com diferenças ideológicas desde a formação política e profissional. Em 1976 enquanto Jackson, advogado e um deputado estadual de esquerda, respondia a duros interrogatórios e a um rigoroso processo imposto pelo regime militar e chegou a ser detido durante a Operação Cajueiro, João, pragmático engenheiro civil, iniciava a sua carreira política como prefeito biônico de Aracaju, alheio aos protestos e a dura repressão da ditadura.

Em 1985, primeira eleição direta para prefeitos de capitais após a ditadura, Jackson liderava todas as pesquisas e seria eleito sem a necessidade de alianças esdrúxulas, mas fez questão de ter João, como governador, ao seu lado. A vitória foi consagradora e a partir daí os dois se transformaram em personagens políticos principais do Estado até o surgimento da estrela Marcelo Déda.
Em 1994 Jackson criou uma nova alternativa na política sergipana, interrompida em 1998 coma sua surpreendente aliança com o então governador Albano Franco, até a ascensão de Déda em 2006, que parecia ter encerrado a eterna dobradinha João/Albano pós ditadura militar.
Déda e Jackson, no entanto, trataram de ajudar na reconstrução política de seus adversários, com alianças formais e informais e a inclusão de lideranças questionáveis, a exemplo dos Amorim – o senador Eduardo e o seu irmão Edvan, que se transformou num empresário de partidos. Em 2010, quando Déda foi reeleito governador tendo Jackson como vice, foi registrado um renascimento político de João Alves e a consolidação da liderança dos Amorim.
Enquanto João Alves conquistou, no voto e com o apoio dos Amorim, a Prefeitura de Aracaju em 2012, Jackson coordenava a vacilante campanha do deputado federal Valadares Filho (PSB). João prefeito tratou de estabelecer boas relações com o governador Marcelo Déda e Jackson. Ele tinha vencido as eleições, mas um prefeito, mesmo de uma capital, depende muito do apoio dos governos estadual e federal. ACM Neto, prefeito de Salvador, herdeiro de Antonio Carlos Magalhães e um dos líderes que garantem a sobrevida do DEM como partido político, mostrou a João que o caminho para administrar uma cidade fica bem mais fácil com esses apoios.

Como prefeito de Aracaju, João Alves mantém projetos e acordos complexos, gosta de obras faraônicos e que não respeitam o meio ambiente, a exemplo do aterro e calçadão que faz na 13 de Julho, mas tem o apoio popular. A decisão de permanecer no comando da PMA tem uma grande representatividade política porque liderava todas as pesquisas eleitorais realizadas até agora. Se não exibia mais a folga apresentada no início de sua gestão como prefeito, é um cabo eleitoral de peso, disputado por Jackson e Amorim.
Rejeitados pela família Alves, os irmãos Amorim se preparam para o ataque no momento em que João anunciar a aliança com Jackson. Por enquanto, tentam somar com um previsível apoio sem voto do PSDB do vice-prefeito José Carlos Machado, receber descontentes com a decisão do prefeito de Aracaju e esperam que o PSB exija uma posição favorável do senador Valadares, longe de JB em função da candidatura presidencial de Eduardo Campos. Para complicar mais a vida dos Amorim, a candidatura do pastor Everaldo, líder nacional do PSC, a presidente fica cada vez mais viável.
Jackson pode enfrentar resistências no PT por uma aliança com o DEM de João. Mas, como decidiu o próprio PT em encontro estadual, a aliança estadual é coordenada pelo PMDB, que define as suas próprias alianças.
As convenções partidárias para a definição de candidatos e alianças só serão realizadas em junho, mas a campanha está nas ruas há muito tempo.

Sem pressão
A direção nacional do DEM apoiou a decisão de João Alves Filho em continuar na PMA. Tenta, no entanto, convencê-lo da importância das candidaturas à reeleição da senadora Maria do Carmo e do deputado federal Mendonça Prado. Hoje, Prado gostaria de ser o candidato a vice de JB e Maria segue relutante em tentar a reeleição, apesar das pesquisas favoráveis.

Desconfortável
A decisão de João deixou o vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) em situação desconfortável. Apostava todas as fichas na candidatura do prefeito. Agora decidiu disputar as eleições para o cargo que for possível e avisou que fará aliança com o senador Amorim. Deverá ser a primeira eleição em que estará em lado oposto ao de João Alves.

Senado
O deputado federal Rogério Carvalho (PT) segue tentando viabilizar a sua candidatura a senador, aprovada em encontro estadual do partido. Rogério, que preside o PT, disse que o partido só discutirá a participação do DEM na chapa de Jackson Barreto quando isso for formalizado. "Nós colocaremos a questão em discussão no partido", assegurou.

Encontro
Na sexta-feira o PSB fará encontro estadual para decidir os rumos nas eleições de outubro. Não está descartada a candidatura do senador Valadares a governador, já que o partido exige palanque próprio em apoio a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República. A depender das coligações, a reeleição do deputado federal Valadares Filho poderá ser comprometida. O senador tem situação confortável já que o seu mandato segue até 2018.

Garantia
Após a aprovação do PCCV dos servidores civis, plano de carreira dos militares e incorporação de gratificação do Fisco na sexta-feira pelos deputados estaduais, muitos servidores contemplados fizeram fila para cumprimentar e agradecer a Francisco Gualberto (PT) pelo empenho. Líder do governo, Gualberto foi responsável pela condução nas discussões calorosas com a oposição e consequentemente pela aprovação dos projetos por unanimidade. Teve militar que correu para abraçar o deputado e lhe garantir o voto ‘da família’ daqui pra frente.

Lata do lixo
A turma de servidores públicos que acompanhou a discussão e votação do PCCV na Assembleia Legislativa na sexta-feira não quer nem ouvir falar no nome do deputado Gilmar Carvalho. É que ele, durante sua defesa contrária ao plano, disse que se tratava de um projeto que deveria ser jogado na lata do lixo. "Quem tem que ser jogado na lata do lixo é o deputado Gilmar Carvalho. O povo precisa ter consciência disso", respondeu Waldir Rodrigues, do Sintrase.

Detalhe
Com o PCCV, o salário base do servidor com a menor remuneração no Estado passa de R$ 622 para R$ 900. Agora deputado estadual efetivo, Gilmar Carvalho engrossa seu bolso com mais R$ 50 mil mensais, entre jetom e verbas de representação.

Reconhecimento
Mesmo com as polêmicas, o deputado líder da oposição na Assembleia Legislativa, Venâncio Fonseca (PP), fez questão de dizer a todos que o PCCV dos servidores só foi aprovado por causa do empenho de Francisco Gualberto no encaminhamento do processo. "Ele (Gualberto) foi muito hábil. Essa aprovação foi por causa dele", confirmou Venâncio a amigos logo após o término da sessão de sexta.

Reconsideração
O presidente do tribunal de Contas do Estado, Carlos Pinna, encaminhou na última quinta-feira explicações ao desembargador Ricardo Múcio, que concedeu liminar impedindo a realização de nova sessão para julgar o afastamento do conselheiro Flávio Conceição de Oliveira Neto. No ofício, o TCE repete os argumentos do procurador Sérgio Monte Alegre: Flávio foi afastado em 2007 em função das denúncias por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e advocacia administrativa. "Antes e após sua investidura no cargo aqui no Tribunal, Flávio intercedia em favor de empresas, especialmente da Gautama, para favorecê-la na liberação de verbas públicas. Esta é a acusação que consta nos autos", disse Monte Alegre.

Balacobaco
É impressionante o crescimento do empreendimento na Coroa do Meio nos últimos meses.

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