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Questão de tempo


Publicado em 23 de maio de 2019
Por Jornal Do Dia


 

Em termos práticos, no que diz res
peito à proteção ambiental, o Bra
sil é uma terra sem lei. Ao menos, assim argumentou o próprio ministro de Minas e Energia, por outras palavras. Segundo Beto Albuquerque, das 500 barragens em operação no país, apenas 150 são monitoradas.
O dado é assombroso, mas ajuda a explicar a razão de tantas tragédias. O terceiro país em produção mineral do mundo não dispensa hoje qualquer cuidado às pessoas, maiores vítimas do extrativismo predatório. Mais das vezes, apesar do prejuízo calculado em números de infrações ambientais e vidas perdidas, a mineração é exaltada como atividade geradora de milhões de empregos.
De fato, a atividade é um dos principais pilares da economia brasileira, responsável pela geração de três milhões de empregos diretos e indiretos, contribuindo com 4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços do país). No entanto, nem toda a riqueza do mundo seria capaz de recompensar os danos causados no interior de Minas Gerais, especialmente em Mariana e Brumadinho.
O Brasil foi abandonado à própria sorte. Não há como chegar a conclusão diferente. Quando as autoridades mais altas da República não têm nada a oferecer, além de cara lisa e mãos lavadas, a iminência de mais um desastre – como, aliás, ocorre agora em Gongo Soco, também no interior de Minas, onde uma barreira ameaça romper, colocando a população em estado de alerta – é apenas questão de tempo.

Em termos práticos, no que diz res peito à proteção ambiental, o Bra sil é uma terra sem lei. Ao menos, assim argumentou o próprio ministro de Minas e Energia, por outras palavras. Segundo Beto Albuquerque, das 500 barragens em operação no país, apenas 150 são monitoradas.
O dado é assombroso, mas ajuda a explicar a razão de tantas tragédias. O terceiro país em produção mineral do mundo não dispensa hoje qualquer cuidado às pessoas, maiores vítimas do extrativismo predatório. Mais das vezes, apesar do prejuízo calculado em números de infrações ambientais e vidas perdidas, a mineração é exaltada como atividade geradora de milhões de empregos.
De fato, a atividade é um dos principais pilares da economia brasileira, responsável pela geração de três milhões de empregos diretos e indiretos, contribuindo com 4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços do país). No entanto, nem toda a riqueza do mundo seria capaz de recompensar os danos causados no interior de Minas Gerais, especialmente em Mariana e Brumadinho.
O Brasil foi abandonado à própria sorte. Não há como chegar a conclusão diferente. Quando as autoridades mais altas da República não têm nada a oferecer, além de cara lisa e mãos lavadas, a iminência de mais um desastre – como, aliás, ocorre agora em Gongo Soco, também no interior de Minas, onde uma barreira ameaça romper, colocando a população em estado de alerta – é apenas questão de tempo.

 

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