Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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Questões Climáticas


Publicado em 21 de janeiro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Estamos na estação mais quente do ano em nossa região, efetivamente o verão chegou, percebe-se muito calor e dias mais longos. No estado de Sergipe que é litorâneo é época de mais turistas, em face das férias e perspectivas de clima de alegria, especialmente pela chegada de expectativas de um novo ano. Nesta linha, a minha abordagem neste ensaio é sobre os cuidados que devemos ter sobre a nossa contribuição para o controle das mudanças climáticas.
A minha referência é a Organização Meteorológica Mundial (OMM) que é uma agência especializada das Nações Unidas. A referida entidade internacional, dedica-se à cooperação e coordenação internacional sobre o estado e o comportamento da atmosfera da Terra, sua interação com a terra e os oceanos, o clima e o clima que produz e a distribuição resultante dos recursos hídricos.
Este calor que estamos sentido nestes primeiros dias de 2023 em Sergipe é algo que ocorre no mundo, de acordo com as suas respectivas estações e, isto pode ser comprovado por um comunicado recente da Organização Meteorológica Mundial, apontando que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados globalmente, alimentados por concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e calor acumulado, de acordo com seis dos principais conjuntos de dados internacionais de temperatura consolidados pela Organização Meteorológica Mundial.
Os dados apresentados revelam que a temperatura média global em 2022 foi cerca de 1,15 [1,02 a 1,27] °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900). 2022 é o 8º ano consecutivo (2015-2022) em que as temperaturas globais anuais atingiram pelo menos 1°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com todos os conjuntos de dados compilados pela OMM. 2015 a 2022 são os oito anos mais quentes já registrados.
Segundo a Organização internacional, a persistência de um evento de resfriamento La Niña, agora em seu terceiro ano, significa que 2022 não foi o ano mais quente já registrado, mas é “apenas” o quinto ou sexto mais quente. Mas esse impacto de resfriamento será de curta duração e não reverterá a tendência de aquecimento de longo prazo causada por níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor em nossa atmosfera.
La Niña refere-se ao resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical. Geralmente tem impactos opostos no clima e no clima do El Niño. La Niña tem um efeito temporário de resfriamento global.
A temperatura média de 10 anos para o período 2013-2022 é 1,14 [1,02 a 1,27] °C acima da linha de base pré-industrial de 1850-1900. Isso se compara a 1,09°C de 2011 a 2020, conforme estimado pelo sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e indica que o aquecimento de longo prazo continua.
O Prof. Petteri Taalas, que é o Secretário Geral da Organização Meteorológica Mundial, afirmou que “em 2022, enfrentamos vários desastres climáticos dramáticos que ceifaram muitas vidas e meios de subsistência e prejudicaram a segurança e a infraestrutura da saúde, alimentação, energia e água. Grandes áreas do Paquistão foram inundadas, com grandes perdas econômicas e baixas humanas. Ondas de calor recorde foram observadas na China, Europa, América do Norte e América do Sul. A longa seca no Chifre da África ameaça uma catástrofe humanitária”. E ainda, espera-se que o aquecimento global e outras tendências de mudança climática de longo prazo continuem devido aos níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera.
Ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões este ano, de acordo com o relatório provisório Estado do Clima Global em 2022 da Organização Meteorológica Mundial. No final de dezembro, fortes tempestades afetaram grandes áreas da América do Norte. Ventos fortes, neve pesada e baixas temperaturas levaram a perturbações generalizadas no leste. Chuvas fortes, neve nas montanhas e inundações afetaram áreas no oeste.
Assim, ressalto a necessidade que temos de aumentar a preparação para tais eventos extremos e garantir que alcancemos a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de alerta prévio para todos nos próximos cinco anos. Neste sentido, destaco a contribuição que temos com a plataforma de informações meteorológicas da Prefeitura de Aracaju, denominada de ClimAju, com o fornecimento de previsões do tempo, este monitoramento diário das condições do tempo e da temperatura em Aracaju, temos a possibilidade de uma melhoria da gestão e preparação para as instabilidades climáticas que alteram a rotina da população, destacando-se, os moradores de áreas de risco.
Para entendimento da importância do tema da abordagem deste ensaio, destacamos, o Acordo de Paris que busca manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais, enquanto busca limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Com 1,14 [1,02 a 1,27] °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), registre-se que a temperatura média global para o período de dez anos 2013-2022 já está se aproximando do limite inferior de aumento de temperatura que o Acordo de Paris pretende evitar.
Finalizo destacando uma boa notícia neste início de ano, a camada de ozônio está a caminho de se recuperar dentro de quatro décadas, com a eliminação gradual global de produtos químicos que destroem a camada de ozônio já beneficiando os esforços para mitigar as mudanças climáticas. E que assim continuemos.

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