Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Receita indigesta


Publicado em 12 de agosto de 2012
Por Jornal Do Dia


Greve, crise internacional e ameaça de desemprego. Os ingredientes postos à disposição do governo Dilma Rousseff representam um desafio sem tamanho. Embora a preocupação com os mais vulneráveis não esteja sendo acolhida da maneira mais eficiente e criativa (os efeitos dos incentivos fiscais a que o governo sempre recorre na hora do aperto não ultrapassam o aquecimento episódico da economia), o norte do embate tem que ser mesmo esse. Os mais suscetíveis não podem ser considerados apenas no momento do diagnóstico da situação.

A contrapartida social é a única razão que justifica a renúncia financeira concedida às grandes empresas. A preocupação com a manutenção dos empregos dos trabalhadores é virtuosa, mas ainda precisa ser imposta aos beneficiados com a generosidade do Governo Federal, visto que o desprendimento representa uma economia nada desprezível para os empresários. Além disso, o estratagema não pode ser a única providência adotada na esperança aquietar o tumulto perpetrado pelo mercado internacional.

Em discurso recente, a presidente Dilma apelou para a consciência social dos servidores em greve e explicou que o momento é de austeridade fiscal. Ocorre que, além de acenar para o sentimento cívico dos trabalhadores, a presidente poderia rever as prioridades do Governo. Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas da gestão do primeiro ano do governo Dilma Rousseff apontou que a renúncia fiscal chegou a R$ 187 bilhões, ultrapassando os gastos com Saúde, Educação e Assistência Social.

Para garantir a estabilidade dos trabalhadores frente a um mercado volátil por natureza é preciso realizar investimentos sólidos na infraestrutura do país, bem como cuidar para que as políticas voltadas para a redução das desigualdades sociais e o bem estar da população façam mais do que responder à urgência de justiça proclamada pelo senso comum. A liderança reivindicada pelo governo brasileiro impõe uma noção mais adequada da relação entre causa e consequência.

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