Segunda, 20 De Maio De 2024
       
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Relatório de Investimento Mundial – UNCTAD


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Publicado em 15 de julho de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Saumíneo Nascimento – [email protected]

A Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou um relatório sobre os investimentos, o qual buscarei reproduzir neste ensaio os seus principais pontos.
De acordo com o relatório, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) global diminuiu 12% em 2022, para 1,3 trilhão de dólares. A queda deveu-se principalmente ao menor volume de fluxos e transações financeiras nos países desenvolvidos.
O estudo aponta que o IED nos países em desenvolvimento aumentou marginalmente, embora o crescimento tenha se concentrado em algumas grandes economias emergentes. As entradas em muitos países em desenvolvimento menores estagnaram, e o IDE nos países menos desenvolvidos diminuiu.
Conforme o relatório, as tendências setoriais mostraram aumento no número de projetos em infraestrutura e indústrias, que estão sob pressão para reestruturar a cadeia produtiva, como eletroeletrônicos, automotivos e máquinas. Três dos cinco maiores projetos de investimento foram anunciados em semicondutores, em resposta à escassez global de microprocessadores.
O investimento internacional em setores relevantes para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos países em desenvolvimento aumentou em 2022. Infraestruturas, energia, água e saneamento, sistemas agroalimentares, saúde e educação registaram um aumento no número de projetos. Este é um indicador que poderia ser acompanhado anualmente no Brasil, para medir a sua efetiva contribuição em investimentos que promovam os ODS.
Uma sinalização relevante que merece uma reflexão de como atuar é a de que os países em desenvolvimento precisam de muito mais apoio para atrair investimentos em energia. Segundo o relatório da UNCTAD, o investimento internacional em energia renovável quase triplicou desde a adoção do Acordo de Paris em 2015. No entanto, grande parte desse crescimento concentrou-se nos países desenvolvidos.
O estudo da UNCTAD aponta que mais de 30 países em desenvolvimento ainda precisam registrar um único projeto internacional de investimento em energia renovável do tamanho de uma concessionária. Porém, o relatório informa que o custo do capital é uma barreira notável ao investimento em energia nos países em desenvolvimento. Atrair investidores internacionais em parceria com o setor público e instituições financeiras multilaterais reduz significativamente o custo de capital.
Neste quesito de investimento no setor energético, ressalto que o Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB) que é um banco público federal, informou a disponibilização de R$ 10 bilhões para investimentos em projetos de energia renovável em sua área de atuação ao longo de 2023.
Segundo o Banco do Nordeste, pretende-se com este volume de recursos, impulsionar o desenvolvimento de fontes limpas e sustentáveis de energia na região, contemplando desde usinas de energia solar e eólica até pessoas físicas interessadas em instalar placas solares em suas residências.
Este relatório apresenta um Pacto de Ação para Investimento em Energia Sustentável para Todos, com recomendações para políticas de investimento nacionais e internacionais, parcerias globais e regionais, mecanismos de financiamento e participação no mercado de capitais.
A recomendação da UNCTAD é a de que é necessário apoio aos países em desenvolvimento para capacitá-los na capacidade de atrair mais investimentos para sua transição para a energia limpa. Existe ainda o alerta no documento da UNCTAD de que um aumento significativo no investimento em sistemas de energia sustentável nos países em desenvolvimento é crucial para que o mundo alcance as metas climáticas até 2020.
O relatório da UNCTAD destaca que os anúncios de projetos de investimento greenfield aumentaram 15% em 2022, crescendo na maioria das regiões e setores. Uma informação positiva diante do cenário desafiador que é apresentado.
Ao abordar a questão setorial, o estudo aponta que o setor industrial convive com os desafios da cadeia de suprimentos, incluindo eletrônicos, semicondutores, automotivo e maquinário, tiveram um aumento nos projetos, enquanto o investimento nos setores da economia digital desacelerou.
O tema da energia renovável é o destaque principal do relatório porque o investimento internacional em geração de energia renovável, incluindo solar e eólica, continua a crescer, porém em um ritmo mais lento de 8% do que o crescimento de 50% registrado em 2021. Registrando-se que os projetos anunciados na fabricação de baterias triplicaram para mais de US$ 100 bilhões em 2022.
O relatório também observa que as principais empresas petrolíferas estão gradualmente vendendo ativos de combustíveis fósseis – a uma taxa de cerca de US$ 15 bilhões por ano – principalmente para empresas de capital privado não listadas e operadoras menores com requisitos de divulgação mais baixos.
Que o Brasil eleve os seus investimentos nacionais e amplie a sua capacidade de captação de recursos, especialmente para a melhoria do atendimento dos ODS.

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