A reunião do governo com policiais terminou sem acordo (Divulgação/Assomise)
Reunião do Polícia Unida com governo não tem acordo e protestos continuam
Publicado em 17 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Não houve acordo na reunião realizada ontem à tarde entre representantes do Governo do Estado e do Movimento Polícia Unida, que se encontraram na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no São José (zona sul). A reunião aconteceu após a manifestação dos policiais adeptos do movimento, que no final da tarde de anteontem, ocuparam toda a frente do Palácio de Despachos e exigiram a marcação de uma audiência com o governador Belivaldo Chagas. O impasse foi resolvido à noite, após uma conversa dos líderes do Polícia Unida com o secretário-geral de Governo, José Carlos Felizola, que marcou a audiência.
Segundo o Polícia Unida, havia a expectativa de que o governo apresentaria uma contraproposta para as pautas do movimento, que pede periculosidade, reestruturação da carreira e recomposição salarial dos últimos dez anos. No entanto, isso não aconteceu, causando frustração e irritação entre os representantes da categoria, que prometeram intensificar os protestos contra o Governo.Uma nova reunião para apresentação das propostas oficiais foi marcada para o próximo dia 24.
Na saída da SSP, os policiais iniciaram uma caminhada pela Avenida Beira-Mar, ao longo dos bairros 13 de Julho e Salgado Filho. Por volta das 18h, os manifestantes interditaram todas as pistas das rotatória de acesso à Ponte Godofredo Diniz, que dá acesso ao bairro Coroa do Meio, provocando um enorme congestionamento em toda a região. Agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) desviaram o trânsito para rotas alternativas.
Segundo o superintendente de Comunicação, Givaldo Ricardo, os secretários da SSP, João Eloy; da Administração, Manuel Dernival; e da Fazenda, Marco Antônio Queiroz, além de Felizola, confirmaram na reunião que a contraproposta do Estado será concluída e apresentada na semana que vem. “O Movimento apresentou uma proposta e o Governo do Estado vai apresentar uma contraproposta na próxima semana. Para aí começar o processo natural de negociação, confrontando a proposta que eles apresentaram e aquilo que o governo pode apresentar”, disse ele.Antes, o Governo havia informado que está estudando um amplo projeto de reestruturação da carreira dos policiais, a ser apreciado na Assembleia Legislativa.
O aceno não convenceu os líderes do Polícia Unida, que chamam a estratégia do governo de “enrolação” e “falta de sensibilidade” com a situação financeira dos policiais. “Uma vergonha, para um Governo que não respeita policial. Queremos dizer ao governador que nós não aguentamos mais. Foi mais um dia em que ele não cumpriu com a palavra e não mostrou os projetos”, disparou o presidente da Assomise, coronel Adriano Reis, dizendo ainda que se o Governo não apresentar as propostas até a semana que vem, a categoria “vai radicalizar” e tomar medidas mais enérgicas. “A gente tem que impor respeito. Se for pra parar, a gente para”, disse ele, referindo-se à hipótese de uma greve.