Salário de fome
Publicado em 08 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
Amanhã, após muito bater de cabeça, as três par- celas de um auxílio emergencial de R$ 600 men- sais começam a ser pagas aos trabalhadores informais prejudicados pelo coronavírus. O isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde lhes privou da sua única fonte de renda. Assim, o mínimo que o governo federal pode fazer é garantir que eles não morram de fome.
Dinheiro na mão, contudo, ainda é promessa. O calendário já anunciado vale para o depósito das parcelas do auxílio emergencial na conta digital de quem tem direito ao auxílio, a fim de facilitar pagamentos, por exemplo. Quem quiser sacar o valor deve aguardar um novo calendário, que o governo pretende divulgar no começo da semana que vem.
A medida é bem vinda, mas insuficiente, tem o mesmo efeito prático de um salário de fome. Convém mencionar, doze milhões de trabalhadores já sofriam com o desemprego antes da pandemia. As reformas trabalhistas e da previdência não atraíram os investimentos prometido. Isolada, sem outras iniciativas voltadas para a proteção social dos brasileiros, o auxílio vai adiantar nada.
O coronavírus impôs uma verdadeira prova de fogo para os brasileiros. É momento de manter os já escassos postos de trabalho abertos, sem descuidar da renda dos trabalhadores. Felizmente, apesar dos bolsonaristas e do próprio Bolsonaro, a maior parte da população, governantes e governados, trata a pandemia com a devida seriedade.