Doze anos felizes (Divulgação)
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Samba, pagode e afins
Publicado em 18 de outubro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Eu não vou às festas dessa turma. Embora goste muito de samba, sou mesmo ruim da cabeça e doente do pé. Celebro, no entanto, a persistência descontraída do conjunto Samba do Arnesto. O profissionalismo dos músicos ali reunidos coloca toda a cena Serigy no bolso.
Sim, gosto muito de samba. Refiro-me, convém sublinhar, às canções de Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Paulo César Pinheiro… Da vertente mais FM, pagodes e afins, mantenho distância indiferente. Mas reconheço ali a força realizadora de uma verdadeira indústria, com o potencial de gerar emprego, renda e merecido entretenimento para meio mundo de gente.
Talvez seja exagero relacionar a turma boa do Arnesto como tumtum mais ou menos previsível do pagode sapatênis. Em verdade, no entanto, eu ouvi o seu primeiro álbum de cabo a rabo e tive a estranha sensação de chegar sem convite no churrasco do vizinho.
A Sabedoria Generosa do Samba, recém lançado, o álbum aqui mencionado, flerta com a história do gênero, desde as suas origens, é verdade. A sensação que resta após a última faixa, contudo, rescende a um musical televisivo de auditório. Não aos morros e terreiros onde o samba nasceu se criou e sobrevive ainda hoje, esperto, feroz, como um menino ligeiro.
Falo por mim, naturalmente, certo de afirmar aqui a excepcionalidade de uma desimportante exceção à regra. O Samba do Arnesto já provou ser capaz de mobilizar toda a gente bonita do lugar. E também por isso comemora agora doze anos felizes de batucada na terrinha.
Serviço:
Samba do Arnesto comemora doze nos no restaurante do Iate. Sábado, 18 de outubro, às 15 horas.