Saúde e governo querem que a quarentena continue
Publicado em 29 de março de 2020
Por Jornal Do Dia
No outro lado da trincheira, as autoridades de saúde e os especialistas reprovam as súplicas dos empresários, assim como boa parte da população, que tem se manifestado a favor das medidas de isolamento social. O principal argumento é de que a quarentena é a mais indicada pela Organização Mundial de Saúde e por todos os infectologistas, pois ela ajuda a evitar a propagação do coronavirus e pelo fato de ele ter um rápido alcance de contaminação, muito maior e mais agressivo do que os outros vírus causadores das outras síndromes gripais. Uma demonstração disso são as chamadas "curvas de contaminação".
A própria OMS alerta que o crescimento dos casos da doença e de suas mortes no Brasil está sendo muito mais rápido do que o ocorrido em países como Itália e Espanha, que mais registraram casos da Covid-19 no mundo. Em 30 dias, nosso país registrou 3.417 casos confirmados e 93 mortes da doença. Mas Sergipe conseguiu manter uma estabilidade nos números. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) ressaltou, em seu balanço mais recente, que houve uma "grande quantidade de casos descartados, como uma demonstração de que o isolamento tem sido importante e que as síndromes gripais têm ocasionado os sintomas". Das 180 notificações da doença, 142 já foram descartadas pelo Estado e 16 foram confirmadas, ficando 22 como suspeitos, que estão em análise.
As entidades médicas e representantes de técnicos da saúde também pedem uma manutenção do isolamento, pois quanto menos pacientes contaminados, menor o risco de estrangulamento ou superlotação das redes de saúde, como aconteceu nos países mais contagiados.
E nesse sentido, tanto a Prefeitura de Aracaju e quanto o governo do estado demonstram que não pretendem flexibilizar as medidas de restrição à concentração pública. O governador Belivaldo Chagas já disse que "não vai recuar um milímetro" nas medidas do decreto de emergência, apesar de admitir conversar com os representantes dos movimentos que pedem a flexibilização das medidas. E fez um novo apelo para que a população cumpra as decisões do decreto. "Só vamos reduzir a contaminação ao reduzir o fluxo de gente nas ruas. Sei que essas medidas são duras, mas necessárias para retardar a contaminação do vírus aqui no estado", disse o governador.
A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio do toque do aperto de mão, gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e de objetos ou superfícies contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos e teclados de computador. Eles devem ser constantemente higienizados com álcool a 70 graus, além da lavagem constante e cuidadosa das mãos. (Gabriel Damásio)