SE OS 3 SENADORES OLHAREM PARA CIMA, JUNTOS, DEFINEM A ELEIÇÃO DE ARACAJU
Publicado em 20 de junho de 2024
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
Claro que não será tão simples assim, como possam pensar os que veem as equações das retas no plano cartesiano. Isso parece fácil quando se tem apenas 2 pontos em um plano ortogonal; mas, se tiver 3, não em linha reta, complica e, talvez, tenha que chamar Euclides que é o pai da Geometria, onde René meteu seu bedelho.
Mas, pensando bem, dentro daquela ótica bem comum ao que consta nas cartilhas dos matreiros da política, o Senado Federal é uma grande sala de aula onde estão a conviver por obrigação constitucional, 81 alunos, por períodos de 4 ou de 8 anos.
Complicado, não? Pois é, nem mesmo sei o que escrevi. É que, em momento de acirramento e baixarias à parte, os 3 alunos mandados pelo povo de Sergipe, não participam ou participaram de nenhuma cena daquelas comuns aos que habitam o baixo clero e que podem ser classificados como excrementos do debate político.
Os 3 mosqueteiros sergipanos têm divergências? Têm muitas; ideológicas, comportamentais, de interesses nos projetos em disputa e votam diferente até em pautas de costumes.
As acentuadas divergências poderão deixadas de lado, momentaneamente, por um projeto de convivência de média duração? Não só podem como devem.
Porém, e sempre tem um, porém; Precisam pedir permissão a Alexandre Dumas para não seguirem como inseparáveis nos papéis de Athos, Porthos e Aramis e sim, só nos pontos que têm em comum.
E quais são ou seriam esses pontos? Primeiro, precisam sentar e conversar sobre eles; segundo, se houver concordâncias, darem as mãos e olharem para cima; e terceiro; tomarem consciência de que não há nenhum Richililieu nem uma bela Milady em seus caminhos.
E o que vão descobrir? Que não existe nenhum meteoro a caminho para destruir o pequeno Sergipe e que se cortarem alguns grilhões, terão um mundo a ganhar, simples assim!
Vamos que vamos; e quais os pontos que poderão ter em comum para uni-los?
De cara, baixadas as armas, verão que o futuro para eles se apresenta muito promissor, se quiserem usar as inteligências nada artificiais.
É só, para tanto respeitarem a história e entenderem que o estado de Sergipe sepultou coronelismo político arcaico a partir da eleição de Deda para governador de 2006, cujo expoente maior saiu de cena inesperadamente sem concluir sua obra e hoje, com as duas cadeiras maiores vazias, vão ter que assumir suas relevâncias ou saírem de campo.
Interessante que o meu despertar para a essência da política foi aos 12 anos- embora aos 8 tenha subido no palanque do brigadeiro Eduardo Gomes, quando vi o Dr. Juscelino Kubitscheck andando em campanha pelas ruas de Caicó, em1958, e parado para ver uma pelada em um canteiro na praça Dr. José Augusto, ocasião em que o vírus me pegou e virou minha cachaça.
Confesso então, que meu encanto maior era sempre estar diante de um senador, que via como um ser superior.
Pois não é que já cinquentão fui surpreendido com a eleição de um grande companheiro de lutas e, meu suplente na direção nacional da CUT, justo para o cargo de senador por Sergipe, de nome José Eduardo Dutra?
Eis que no momento me deparo com a possibilidade, não remota, de ver as 3 figuras que representam nosso glorioso estado se agigantarem conforme os gigantismos dos cargos e chamarem o feito à ordem; se conseguirem enxergar que o pleito de 2024 será o trampolim para vencer outros obstáculos para o Brasil conquistar a tão sonhada República Federativa Democrática Popular para valer em 2030?
Não precisam pensar que o PP de Artur Lira é um feudo e o MDB abriga alguns que miram seus canhões de Navarone para destruir o PT de Lula, Rogério Carvalho e João Daniel e tudo o que for esquerda.
Mas em Sergipe as coisas são diferentes e há, pelo menos, cordialidade entre os principais dirigentes. Então, que mal há que os 3 senadores de partidos que elegeram, somados, 170 deputados federais em 2022 e definem os tempos de Rádio e Televisão não possam se juntar para as eleições que se avizinham?
Nada impede que os 3 busquem um único candidato ou candidata, que supere o bloco bolsonarista e deixa os demais competidores falando sozinhos ou, quase sem tempo para dizer algo ao público ouvinte.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político