Segurança contra incêndios
Publicado em 22 de agosto de 2018
Por Jornal Do Dia
Os supermercados da capital sergipana, sempre abarrotados de consumidores, são mesmo locais seguros, obedientes às normas, capazes de garantir a integridade dos clientes? A pergunta soaria insólita, não fosse a recorrência dos incêndios debelados na rede atacadista de Aracaju. Há algum tempo foi o Makro. Esta semana, o Atacadão. Onde há fumaça, há fogo. Ou a legislação é frouxa, ou falta fiscalização.
As circunstâncias do episódio mais recente ainda serão devidamente esclarecidas por perícia especializada, mas é certo que as consequências possíveis exigem rigor exemplar. É necessário ter em mente os diversos incidentes derivados de negligência e frouxidão das normas, País afora. O caso da Boate Kiss, ocorrido há cinco anos, em Santa Catarina, com dezenas de mortos e feridos, não pode ser esquecido. Verdade é que a legislação não comporta exceções e precisa ser cumprida à risca.
Com segurança não se brinca. No entanto, os comerciantes em atividade no estado dão a impressão de abrir as portas sem dar satisfação a ninguém. Os fatos falam por si mesmos, em alto e bom som. Desabamentos e incêndios derivados da falta de manutenção das instalações comerciais são mais ou menos frequentes. A Defesa Civil da capital já avisou que o armazenamento de produtos é realizado de maneira precário em pelo menos 80% dos estabelecimentos comerciais de Aracaju.
A tragédia da Boate Kiss teve repercussão imensa, provocou alarde no País inteiro. Aqui mesmo em Sergipe, por determinação expressa do então governador Marcelo Déda, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros investiram na fiscalização de bares e casas noturnas com rigor inédito. Os incêndios na rede atacadista da capital sergipana, contudo, sugerem que o ímpeto foi pontual. Deus nos livre de nova lição, intransigente.