Milton Eduardo, diretor administrativo e financeiro do Cirurgia. Foto: Divulgação
Sem 13º, funcionários do Cirurgia paralisam atividades
Publicado em 19 de janeiro de 2018
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Os funcionários do Hospital de Cirurgia paralisaram as atividades na tarde de ontem, em protesto contra a falta do pagamento dos salários de dezembro e do 13º salário. O movimento começou por volta das 14h, quando os grevistas se concentraram em frente à entrada da unidade vascular. Eles cumpriram a condição imposta pelo prazo de 24 horas que foi dado pela categoria à direção da Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia (FBHC), para que o dinheiro devido fosse depositado nas contas bancárias dos cerca de 1.200 servidores da entidade. A greve é por tempo indeterminado e apenas os serviços essenciais devem ser mantidos.
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da Área de Saúde em Sergipe (Sintasa) e da Associação dos Funcionários e Amigos do Hospital de Cirurgia, os funcionários decidiram não esperar mais por uma solução, pois muitos deles passam por dificuldades até para comprar alimentos. O presidente do Sintasa, Augusto Couto, define a situação como “dramática” e relata que alguns empregados do hospital chegam a chorar pelos corredores ao reclamar da falta de dinheiro para pagar as contas e sustentar a casa, além da falta de uma definição para o pagamento.
O diretor administrativo do Cirurgia, Milton Eduardo, passou todo o dia em reuniões com outros diretores do hospital e com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, ele confirmou que a FBHC está tentando junto à secretaria uma antecipação de receita de R$ 4,5 milhões, referente a serviços do contrato de prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), firmadocom o Estadoe vigente desde o começo do mês. “Estamos sofrendo hoje um reflexo daquela situação que passamos no final do ano passado, quando infelizmente ficamos sem produzir por falta de pagamento (de serviços) da Prefeitura de Aracaju. Fomos pegos por essa situação e não temos recurso em caixa. Não é desejo da direção passar por isso, mas estamos buscando os meios para resolver”, disse Milton.
Ainda de acordo com o diretor, o hospital tenta obter mais recursos através de um encontro de contas com a Prefeitura, no qual as partes confrontam as dívidas administrativas que têm a receber e a pagar. Esta negociação resulta do rompimento do contrato original entre o Município e o Cirurgia. Milton prevê que as negociações devem levar ainda cerca de 10 dias. Os débitos chegam a aproximadamente R$ 5 milhões e não inclui os outros R$ 15 milhões que ainda estão em contestação na Justiça.