Pintura de J. Inácio
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Sem erros, eleição poderá ser um passeio para Edvaldo
Publicado em 22 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
A folgada vitória do prefeito Edvaldo No gueira (PDT) no dia 15 de novembro – 45,57% dos votos válidos, o correspondente a 119.681 votos, contra Danielle Garcia (Cidadania), que obteve 21,31%, ou 55.973 votos – parece que será ampliada no próximo domingo (29), quando ocorre o segundo turno das eleições municipais. Na noite de sexta-feira, o Ibope divulgou o resultado da primeira pesquisa de intenções de voto nas eleições deste ano no segundo turno das eleições para prefeito de Aracaju, encomendado pela Tv Sergipe.
O levantamento apontou que o prefeito Edvaldo venceria a delegada Danielle com grande folga. Edvaldo lidera a pesquisa com 55% das intenções de voto, enquanto Danielle teve 31%. Se considerada a margem de erro, Edvaldo teve variação entre 59% e 51%das intenções de voto, enquanto Danielle variou entre 35% e 27%. Os votos brancos e nulos somaram 9% e outros 5% não souberam ou não responderam à pesquisa.
A pesquisa do Ibope também simulou um resultado considerando os votos válidos, isto é, excluindo os votos brancos e nulos. É o mesmo critério usado pela Justiça Eleitoral para considerar o resultado de uma eleição. Conforme a pesquisa, Edvaldo teria 64% dos votos, enquanto Danielle teria 36%. Se considerada a margem de erro, Edvaldo pode variar entre 68% e 60% das intenções de voto, enquanto Danielle pode ficar entre 40% e 32%. Os votos brancos e nulos somaram 9% e outros 5% não souberam ou não responderam à pesquisa.
Danielle Garcia, apesar de ter chegado ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de Aracaju, não se tornou a candidata da oposição, como se observa ao final da primeira das duas semanas de campanha da segunda etapa deste pleito eleitoral.
Enquanto Edvaldo já recebeu o apoio político de mais cinco partidos, Danielle somou apenas o apoio de Paulo Márcio, da Democracia Cristã, partido que declarou neutralidade, posição adotada também pelos prefeituráveis Rodrigo Valadares e Lúcio Flávio para negar apoio à candidata do Cidadania.
A vereadora reeleita Emília Correa, assim como o seu Patriota, negou apoio a Danielle, com quem rompeu ainda na pré-campanha após ser atropelada sorrateiramente pelo senador Alessandro Vieira, presidente do Cidadania em Sergipe e líder político da candidata deste partido à PMA.
A decisão de Edvaldo em não participar de debates nesta reta final, provoca um maior desespero na candidata adversária, que já vem usando a prática de fake news, mesmo sendo patrocinada pelo senador Alessandro, também delegado de polícia, e autor de projeto que condena exatamente as fake news. O projeto de sua autoria, já aprovado pelo Senado, é considerado uma "Lei da Mordaça" contra os usuários das redes sociais.
Na noite de sexta-feira, Edvaldo teve que fazer um pronunciamento público denunciando os ataques velados da campanha adversária pelas redes sociais. "Aquilo que já vinha ocorrendo desde o primeiro turno se intensificou nos primeiros dias do segundo turno da campanha eleitoral. Estamos sendo alvo de uma avalanche de fake news e agressões", afirmou Edvaldo ao citar a tentativa da oposição de criar "a falsa ideia de que haverá lockdown", utilizando vídeos antigos, e de tentar incluí-lo como alvo de investigações policiais, "o que também não é verdade".
Edvaldo alertou que, ao compartilhar notícias falsas, retira-se da sociedade "o direito de saber a verdade". "Aracaju sabe quem tem usado descaradamente da mentira para enganar o eleitor. Sabe quem tem agido, por baixo dos panos, para promover o ódio e a desinformação em prol do seu projeto de poder. Aracaju sabe de onde partem as fake news", enfatizou.
No vídeo, o prefeito firmou "um compromisso" com os aracajuanos. "Não compartilhe essas fake news, não se deixe enganar. Quando receber uma informação, faça a checagem, não caia nas mentiras daqueles que são capazes de tudo para chegar ao poder", reforçou.
De acordo com Edvaldo, Aracaju merece uma campanha propositiva. "É assim que tenho feito e assim me manterei neste segundo turno", frisou. "O resultado do primeiro turno não deixa dúvidas de que estamos no caminho certo", disse.
A última semana de campanha será desesperadora para quem usa a agressão como proposta de governo.
O troco de Emília
A vereadora Emília Correia (Patriotas), reeleita com mais de 5 mil votos, mostrou que tem personalidade semelhante a da delegada Danielle Garcia (Cidadania), que disputa o segundo turno com o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT): é revanchista.
Descartada como candidata a prefeito pelo senador Alessandro Vieira que usou pesquisa fajuta para optar por Danielle, Emília levou seu partido para apoiar a candidatura de Rodrigo Valadares (PTB) no primeiro turno. Agora, no segundo turno, decidiu ficar de fora da campanha.
É o velho ditado: "Olho por olho, dente por dente".
Contra o fascismo
O PT oficializou na quinta-feira (19) apoio ao candidato Edvaldo Nogueira (PDT) no segundo turno, recomendando "voto crítico" na candidatura pedetista à militância e ao eleitor. Garantiu que o partido será oposição ao futuro governo municipal e que, por essas razões, fica vedada a participação de seus filiados em qualquer instância da futura gestão.
O ex-candidato a prefeito Márcio Macedo fez uma exposição sobre as posições no período eleitoral. Lembrou do rompimento político com o prefeito Edvaldo Nogueira e disse que o partido saiu fortalecido por ter enfrentado muitas adversidades, como o poder econômico e a máquina pública. E reafirmou críticas ao prefeito, a Danielle Garcia e a Rodrigo Valadares (PTB), o terceiro colocado no primeiro turno. O senador Rogério Carvalho e o deputado federal João Daniel declararam que era preciso dizer não ao "fascismo".
Além do PT, o PROS, do ex-deputado estadual Robson Viana, oficializou na quinta-feira (19) apoio à reeleição de Edvaldo Nogueira. O Rede, de Henri Clay, já tinha declarado apoio já na quarta-feira (18). Esses três partidos, que estavam na mesma coligação, elegeram três vereadores em Aracaju: Professora Ângela (PT) com 1.882 votos; Joaquim da Janelinha (PROS) com 2.829 votos e Ricardo Vasconcelos (Rede) que obteve 2.585 votos.
Como os partidos se saíram no estado
Nas eleições da semana passada, o PSD do governador Belivaldo Chagas e do deputado Fábio Mitidieri elegeu 20 prefeitos em Sergipe, e a partir de primeiro de janeiro vai administrar os municípios de Brejo Grande, Carira, Carmópolis, Cumbe, Estância, Gararu, General Maynard, Gracho Cardoso, Malhada dos Bois, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Poço Verde, Porto da Folha, Riachão do Dantas, Santa Luzia do Itanhy, Santana do São Francisco, Santa Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e Telha.
O MDB do ex-governador Jackson Barreto e do deputado federal Fábio Reis conseguiu eleger nove prefeitos: Barra dos Coqueiros, Frei Paulo, Indiaroba, Laranjeiras, Propriá, Riachuelo, São Cristovão, São Francisco e Umbaúba.
Três partidos elegeram oito prefeitos. O PSC do ex-deputado André Moura: Amparo do São Francisco, Areia Branca, Capela, Canhoba, Ilha das Flores, Japaratuba, Pacatuba e Pirambú. O PP de Laércio Oliveira: Boquim, Campo do Brito, Divina Pastora, Monte Alegre, Itaporanga D´Ajuda, Macambira, Nossa Senhora do Socorro e Tomar do Geru. O PL de Edvan Amorim: Itabaiana, Japoatã, Muribeca, Neópolis, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Ribeirópolis e Malhador.
O PT, do senador Rogério Carvalho e da vice-governadora Eliane Aquino, vai administrar os municípios de Canindé do São Francisco, Cristinápolis, Feira Nova, Maruim, Salgado e São Domingos. Perdeu em municípios importantes como Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Estância. O PSB dos Valadares elegeu quatro nos municípios de Moita Bonita, Pedrinhas, Simão Dias e Siriri.
O DEM elegeu prefeitos dos municípios de Cedro de São João, Itabaianinha e Itabi; o Cidadania conquistou as prefeituras de Nossa Senhora das Dores e Tobias Barreto; Solidariedade as de Arauá e Lagarto; o Republicano as de Aquidabã e Poço Redondo. Já o Avante fez apenas o prefeito de Santo Amaro das Brotas e o PDT o de Rosário do Catete.
Mais de 40%
dos candidatos negros em 2020 foram eleitos
Na sexta-feira (20), o Dia da Consciência Negra, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou alguns dados importantes sobre os passos da Justiça Eleitoral para a inserção das pessoas negras na política.
Mais de 40% dos candidatos negros (pretos e pardos) das Eleições Municipais de 2020 foram eleitos, sendo 1.730 para o cargo de prefeito. No segundo turno, a ser disputado no dia 29 de novembro, 32 candidatos negros concorrem a uma vaga nas Prefeituras.
Já para o cargo de vereador, foram eleitos 25.960 candidatos negros, cerca de 10% do número total de candidaturas registradas. Em 283 municípios, 100% da Câmara municipal foi preenchida por candidatos declarados pretos ou pardos.
O aumento demonstrado nas Eleições 2020 vai ao encontro da decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral no dia 25 de agosto deste ano em favor da valorização das candidaturas de cidadãos da população negra. Ainda há, porém, sub-representação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56,2% dos brasileiros são negros.
As Eleições 2020 tiveram a maior proporção e o maior número de candidatos negros já registrados pela Corte Eleitoral. Além disso, pela primeira vez desde que o TSE passou a coletar informações de raça, em 2014, os candidatos brancos não representaram a maioria dos concorrentes.
A proporção do número de candidatos que se declararam pardos e pretos nestas eleições foi de 50,04%, superando os 46,56% das eleições de 2018 e os 47,76% do pleito municipal de 2016. Esse acréscimo está alinhado ao trabalho da Corte Eleitoral para fortalecer e valorizar candidaturas de cidadãos negros.
Com agências