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SEM EUGÊNIO NASCIMENTO, O JORNALISMO POLÍTICO SERGIPANO FICARÁ MENOR


Publicado em 02 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Ele fazia a mediação entre os reitores e classe política sergipana, com o que ajudou na liberação de muitas emendas parlamentares para a UFS

 

* Afonso Nascimento

 

Eugenio (Bispo do) Nascimento nasceu em Salgado no dia 13 de novembro de 1957. É o terceiro filho de Dona Maria Elze e Seo José Nascimento. De Salgado, a sua família ferroviária se mudou para Pedrinhas, Aracaju e para Laranjeiras, onde foi alfabetizado. De lá se mudaram mais uma vez e definitivamente para a rua Espírito Santo, no bairro Siqueira Campos.
Estudou na Escola John Kennedy da Baixa Fria e em seguida, lá mesmo, foi estudar, após seleção, na Escola Técnica Federal, onde concluiu o antigo científico. Enquanto estudante secundarista, trabalhou no grupo de teatro amador de Severo D’Acelino, no Siqueira Campos e participou também do Coral da Escola Técnica, com o qual fez várias viagens pelo Brasil.
Prestou concurso vestibular com sucesso para a Universidade Federal de Sergipe no curso de Letras, logo depois abandonado. Ao mesmo tempo começou a estagiar na Gazeta de Sergipe, a sua “escola de jornalismo”, como foca e nunca mais largou o ofício de jornalista. Foi discípulo de Orlando Dantas, Nino Porto, Ivan Valença, entre outros.
Na época de estudante da UFS, teve importante militância estudantil, junto com Milson Barreto, Joel, Zé Luiz, Clímaco, Marcelo Déda, Diógenes Barreto, entre outros esquerdistas. Foi um dos fundadores do PT, o seu único partido. Juntamente com familiares e amigos, abriu uma célula do PT no bairro Siqueira Campos, da qual participaram Rivando Gois, Chico Buchinho, Enaldo Xavier, e Teresa Cristina, entre outros. Foi muito influenciado pela esquerda pernambucana, aqui representada notadamente por Vera Lúcia Gomes, militante comunista e sindical e fez muitas viagens para o Recife.
Em 1979, fez parte de movimento que buscava, de acordo com Valdice Nascimento, a “fundação da Associação de Moradores do Siqueira Campos (AMAS), liderado por Agnaldinho do Bar dos Estudantes e apoiado por Wellington Mangueira, Laurinha, Núbia Marques, Leila de Rosalvo e outros”.
O seu nome também está associado à fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que assessorou por anos. Por causa disso, recebeu a atenção do Serviço Nacional de Informação (SNI) em dossiê dessa agência de espionagem da ditadura militar.
Como jornalista, Eugênio trabalhou na Gazeta de Sergipe, no Jornal da Cidade, na extinta TV Jornal, na TV Sergipe, e foi correspondente em Aracaju por vários anos da Folha de São Paulo. Nos últimos anos assumiu o cargo de diretor de Jornalismo do Jornal da Cidade. Escreveu artigos, editoriais, reportagens, muitas entrevistas ao longo de quatro décadas de profissionalismo.
Assumiu a assessoria de comunicação da Universidade Federal de Sergipe, nas gestões de José Alencar, José Fernandes de Lima, Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira, Josué Modesto dos Passos Sobrinho e Ângelo Antoniolli.
Fazia a mediação entre os reitores e classe política sergipana, com o que ajudou na liberação de muitas emendas parlamentares para a UFS e, assim, ajudou na expansão dessa instituição de ensino superior na capital e no interior. Eugênio Nascimento também foi assessor de comunicação da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), em Sergipe.
Quando Marcelo Déda foi eleito governador de Sergipe, Eugênio Nascimento recusou o posto de secretário de Estado da Comunicação, para manter a sua independência enquanto jornalista profissional. Também declinou o título de “Amigo do Exército”, oferecido por comandante do 28º BC.
Muito boêmio, abria e fechava muitos bares em Aracaju. Aos ambientes por ele frequentados, familiares ou não, levava bom papo, boas risadas, ao longo de sua vida.
Viajou pela América do Sul e pela Europa Latina (Portugal, Espanha, França) e de cada lugar ele trazia uma história boa e divertida para contar, alegrando os familiares e os amigos com seu jeito engraçado de ser.
Casou-se com Tereza Cristina Cerqueira Graça, 1979, com quem teve dois filhos, Victor Wladimir e Mayra e três netos, a saber, Lucas, Bernardo e Aurora. O seu segundo casamento foi com Ivana Guimarães, com quem viveu até os dias atuais.
A essa altura do campeonato já está desfrutando da companhia de Cleomar Brandi, Zé Fernandes e Marcelo Déda.

 

* Afonso Nascimento, irmão, amigo e admirador de Eugênio Nascimento

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