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Sem força mágica


Publicado em 18 de março de 2014
Por Jornal Do Dia


O senador Eduardo Amorim (PSC) passou a semana precisando negar que iria desistir de sua candidatura a governador do Estado, lançada em 2010, antes mesmo de sua posse para o Senado. Atribuiu os supostos ‘boatos’ a pessoas ligadas ao governador Jackson Barreto (PMDB), candidato à reeleição.
Sob a alegação de que precisava agradecer os votos recebidos como senador, Amorim iniciou a sua campanha ao governo muito cedo, criou factoides, montou um grupo de 14 partidos e acabou perdendo fôlego no ano eleitoral. Controlando com mão de ferro a Assembleia Legislativa, o senador Amorim impôs derrotas ao governador Marcelo Déda impedindo obras fundamentais para os sergipanos, e passou esses quatro anos tentando passar para a opinião pública que era o nosso ‘He-man’, o personagem de desenho animado que usava o bordão "Eu tenho a força".
Dono de mandatos medíocres no Congresso Nacional, tanto como deputado federal quanto senador, Eduardo Amorim precisa a todo momento dizer que não desistiu da sua candidatura. Isso ocorre em função da sua omissão e do afastamento dos problemas do Estado. O mandato do senador é exercido nos microfones das emissoras de rádio da sua família que adotaram a sua campanha, já que sua atuação como parlamentar é omissa e se resume a apresentação de emendas ao orçamento da União.
O senador Amorim é um daqueles parlamentares que poderiam passar despercebidos, não fosse a ambição do seu irmão Edvan, que colocou sob seus ombros a responsabilidade de liderar o bloco de 14 partidos nanicos, como ele mesmo faz questão de afirmar. Sem talento político, o senador se apresenta como ‘homem santo’, mas nos bastidores cobra lealdade e pragueja contra os que não estão ao seu lado.
Outro dia convidou um empresário de comunicação para uma conversa em seu escritório na Ilha FM, em Aracaju. Quis saber quem era um determinado colunista que costumava escrever artigos mostrando a sua dúbia personalidade, foi grosseiro e advertiu: "Avise a ele que eu não esqueço de nada…"
Marionete ou não do irmão, o senador Eduardo Amorim é um político que precisa de muleta e não sabe andar sozinho. No ano passado teve que engolir uma divergência com o deputado federal André Moura (PSC), que se apresenta como candidato a senador do grupo, para não ficar andando apenas acompanhado de assessores devidamente remunerados. Arrojado e destemperado, André é quem abre as portas para ele no interior do Estado e desde então participa de todas as suas andanças.
Apesar dos três anos em campanha, Amorim tem que reafirmar a todo momento que é mesmo candidato a governador, porque parece não sentir firmeza nos apoios recebidos. Desde 2012 quando, de última hora, decidiu apoiar a candidatura de João Alves Filho (DEM) a prefeito de Aracaju, aguarda uma sinalização de apoio a sua candidatura.
Hoje, a 15 dias do prazo final de desincompatibilização dos executivos que pretendem disputar as eleições de outubro, João continua deixando o senador Amorim de cabelos em pé. O prefeito não definiu ainda se será mesmo candidato a governador e a sua família e aliados mais próximos flertam abertamente com o governador Jackson Barreto, candidato à reeleição e seu maior adversário.
Aliados do senador no interior do Estado começam a desistir de disputar mandatos proporcionais, numa clara sinalização de que o seu irmão Edvan precisará utilizar todos os seus argumentos persuasivos para evitar uma tragédia antecipada, principalmente no caso de uma candidatura de João Alves. O prefeito de Aracaju parece ter uma ampla influência na campanha do PSC, tanto que nos bastidores políticos falam insistentemente que Amorim pode mesmo desistir da candidatura em favor de João, por isso os repetidos desmentidos do senador.
Quando uma candidatura exposta há tantos anos passa a se transformar em dúvida e a depender do rumo de um outro grupamento político é porque não se consolidou. Por isso tantas dúvidas em torno do senador Amorim. Se João for candidato, ele continuará no páreo?  À boca miúda fala-se que já está até pronto o seu discurso de desistência.
Como o personagem He-man, o senador Amorim depende de forças mágicas para viabilizar os seus objetivos.

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