Sem outro remédio

Semana a semana, sem outro remédio, a quaren- tena é prolongada em Sergipe. Ontem, apesar  da pressão descabida do empresariado local, o governador Belivaldo Chagas renovou o decreto de isolamento social. Enquanto a capacidade da rede de saúde pública estiver tão próxima do limite, como ocorre agora, não há alternativa razoável.
Infelizmente, a adesão dos sergipanos à política de isolamento social deixa muito a desejar. Divulgado pelo próprio presidente da República, o negacionismo tem adeptos em todos os estados do Brasil. Sergipe, no entanto, se destaca entre os casos mais graves de desobediência à razão. Aqui, o alerta da Ciência é considerado por poucos.
Segundo dados de geolocalização colhidos pela plataforma InLoco, Sergipe tem uma das piores taxas de isolamento social do País,  com apenas 39,17%. Apenas Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram índice pior. No nordeste, não há população tão inconsequente quanto a sergipana.
Não espanta, portanto, a multiplicação local de caso. Sergipe encerrou o mês de maio com 6.999 casos da Covid-19 e 158 mortes. Somente a cidade de Pedra Mole ainda não registrou casos da doença. O coronavírus faz vítimas nos quatro cantos do estado.
Semana a semana, renova-se aqui um alerta: O desconforto crescente provocado pela quarentena, mais sensível à medida em que o tempo passa, não suplanta a necessidade do isolamento social. Enquanto a população teimar em sair às ruas por qualquer motivo, o número de casos continuará aumentando, bem como a demanda por leitos nas unidades de saúde. Sem a colaboração de todos, ainda vai demorar muito para o pior passar.