Sem vacina, sem sala de aula
Publicado em 04 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Sem vacina, os professores da rede municipal de Aracaju não voltam para a sala de aula. E as sim procedem muito bem. A ansiedade de uma parcela de pais e alunos, compreensível, não pode se sobrepor ao interesse coletivo e de uma categoria profissional inteira. Incompreensível em tal imbróglio é a atuação do poder público, que deveria estar mais atento aos riscos de contágio em ambiente escolar.
Convenhamos: Jovens e crianças não pertencem a uma faixa etária particularmente ajuizada. Longe da idade da razão, possuem uma fé inabalável em sua própria eternidade. Assim, são vetores em potencial do Covid-19. Os bares, as praias estão aí, sujeitas à aglomeração dos bronzeados e despreocupados, cabeças frescas. Não convém fechar crianças e adolescentes entre as quatro paredes das escolas.
Na rede particular de ensino há muitos rumores sobre contágio. Calcule-se a devastação que pode ocorrer em prédios sem a devida estrutura física, alheios aos protocolos de segurança mais rigorosos. Em todo caso, empurrar 20, 30 estudantes em uma sala de aula é temerário, sobretudo nas classes do ensino infantil.
Antes da pandemia, bastava um aluno pegar piolho para pais e professores ficarem de cabelo em pé. Curiosamente, o risco de um vírus de grande letalidade não produz o mesmo efeito sobre a psicologia familiar. Pais e alunos cansados do isolamento social procuram muito mais do que sarna para se coçar.
Segundo a secretaria municipal de Educação, o retorno às salas de aula está previsto para o dia 22 de março, a fim de concluir o ano letivo de 2020. Independente da data fixada, a eventual retomada da atividade discentes antes da vacina dos profissionais na linha de frente, contudo, será, na prática, uma precipitação, uma temeridade.