Sergipe baixa a guarda

Dia a dia, o coronavírus ceifa novas vidas. Nos  estados brasileiros onde o quadro é mais gra ve, o colapso do sistema de saúde e até dos serviços funerários já é realidade. Apesar disso, o governo de Sergipe decidiu apostar alto e afrouxar ainda mais as rédeas da quarentena em vigor no estado. Uma cartada temerária.
A decisão de Belivaldo Chagas é controversa, atende a razões exclusivamente econômicas, em favor do empresariado local. Sergipe não é uma ilha. Segundo as autoridades sanitárias, o pico da pandemia ainda está em vias de ser observado no Brasil.
De acordo com o decreto publicado ontem, novas atividades comerciais terão funcionamento autorizado, a partir de hoje e até os primeiros dias de maio. O uso de máscara em espaço público passa a ser obrigatório, ao invés de recomendado. A capacidade de ocupação das lojas será limitada e o uso de álcool será condição para funcionários manusearem produtos em exposição nas prateleiras.
As precauções adotadas pelo governador, frente ao coronavírus, com uma capacidade de propagação devastadora, capaz de obrigar o mundo inteiro a se trancar a sete chaves, são as mais modestas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, somente o isolamento social é capaz de frear o vírus e preservar vidas. Quem puder deve permanecer em casa.
Os dados foram lançados. O decreto assinado ontem pelo governador Belivaldo Chagas pode se provar precipitado. Ontem, mais uma morte por coronavírus foi registrada em Sergipe. Tudo indica, ainda é cedo para baixar a guarda.