Os gráficos mostram a evolução de casos de covid-19 no estado de Sergipe
Os gráficos mostram a evolução de casos de covid-19 no estado de Sergipe
Publicado em 13 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Os gráficos mostram a evolução de casos de covid-19 no estado de Sergipe
Os gráficos mostram a evolução de casos de covid-19 no estado de Sergipe
O recrudescimento dos casos de coronavírus em Sergipe já pode ser constatado através do ritmo de crescimento das contaminações e da ocupação dos leitos hospitalares dedicados a pacientes com a doença. Os dados dos últimos boletins epidemiológicos já fazem os especialistas traçarem o rompimento de novos recordes negativos relacionados à pandemia no estado. Uma delas prevê que, até o próximo Natal, isto é, daqui a duas semanas, o Estado pode bater a marca dos 111 mil casos confirmados desde o início da pandemia.
A projeção aparece em um estudo da Força Tarefa Covid-19, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). De acordo com o professor Lysandro Borges, integrante do Departamento de Farmácia da UFS e coordenador do grupo, isso acontece porque a taxa de transmissão do vírus ficou nesta semana em 1,98, o que significa que cada grupo de 100 pessoas contaminadas pode infectar outras 198. É o mais alto índice do tipo desde o dia 14 de maio, quando a fase crítica da primeira onda da Covid-19 estava começando em Sergipe.
O aumento da transmissão também deixou o estado com o maior índice de transmissão do país, registrando um crescimento de 150%.Segundo a plataforma Covid-19 Analytics, mantida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o índice de transmissão do coronavírus em Sergipe estava em 0,79 no dia 1º de novembro e foi saltando ao longo do mês de novembro, fechando o mês em 1,91. Logo, se a transmissão do vírus continuar na proporção de quase 2 (dois infectados por paciente), o número de 111 mil pacientes infectados pode ser alcançado no próximo dia 21.
910 casos em 24 horas – O avanço da doença é constatado no boletim diário deste sábado, que registrou o maior pico de casos do coronavírus em 24 horas: foram 910 infecções em um dia, com cinco mortes causadas pela doença. Foi o maior aumento diário desde 5 de agosto, quando foram confirmados 917 casos. Com esses dados, Sergipe passou a ter 98.472 contaminações desde o início da pandemia, com 2.361 mortes. A média móvel de casos em sete dias, apurada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), também disparou, saltando de 81 casos no último dia 1º de novembro para 945 no sábado que passou. Outro salto significativo foi no fechamento da semana epidemiológica 50, que teve 6.618 casos confirmados entre os dias 6 e 12 de dezembro. A semana anterior (49), entre 29 de novembro e 5 de dezembro, os casos confirmados somaram 2.349.
O crescimento também é sentido na ocupação dos hospitais, que voltaram a ficar sobrecarregados em suas alas exclusivas para pacientes com Covid-19. No boletim epidemiológico desta sexta-feira, 264 pacientes estavam internados, sendo 178 na rede pública e 86 na rede privada. As enfermarias da rede particular, com 50 internados, já bateram a taxa de 72,5% de ocupação, enquanto as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da mesma rede, com 36 leitos ocupados, fecharam com a taxa de 64,3%. Já no Sistema Único de Saúde (SUS), 88 pacientes ocupam leitos de UTI, deixando a taxa da rede em 64,2% – o cálculo já conta com as 10 vagas reativadas nesta semana pelo Hospital de Urgência João Alves Filho (Huse). E as enfermarias, com 90 pacientes, ficaram com ocupação de 58,1%.
Os especialistas atribuem isso ao aumento da circulação e da aglomeração de pessoas nas ruas, o que ocorreu devido a dois fatores: a campanha eleitoral para prefeito e vereador nos municípios e a flexibilização das medidas de restrição adotadas no início do ano, com a reabertura de atividades do comércio, da indústria e de serviços, sem o respeito aos protocolos de prevenção e distanciamento social. Para o professorLysandro, o número mostra que houve um aumento drástico dos casos de Covid-19 do estado e pode piorar em janeiro de 2021, com a manutenção das aglomerações e também os festejos de Natal e Ano Novo, quando muitas pessoas pretendem se reunir com familiares em suas residências para comemorar as festas de fim de ano.