Sergipe pode ter reserva gigantesca de petróleo
Publicado em 27 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Uma gigantesca reserva de petróleo pode ter sido descoberta no litoral de Sergipe. A informação foi divulgada ontem pela agência de notícias inglesa Reuters, baseada em "cinco fontes do governo e da indústria com conhecimento direto sobre os resultados da perfuração". A área estudada, chamada de SEAL-11, fica a 100 quilômetros da costa sergipana e tem 60% dela controlada pela Petrobras. Os outros 40% pertencem à empresa IBV Brasil, que agrega as companhias Bharat Petroleum e a Videocon Industries, da Índia.
Segundo a Reuters, avaliações iniciais apontam que o bloco marítimo sergipano contém grandes quantidades de gás natural e petróleo leve de alta qualidade, cuja quantia é estimada em mais de três bilhões de barris de petróleo "in situ" – sendo capaz de produzir mais de 1 bilhão de barris. Se esta informação for confirmada, será a maior descoberta de petróleo já alcançada pelo Brasil desde o surgimento das reservas na camada pré-sal, o que pode levar Sergipe ao posto de maior produtor petrolífero do país.
Ainda de acordo com a agência, a Petrobras sempre apostou em achar grandes quantias e de petróleo e gás no litoral de Sergipe, e registrou tais descobertas junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos anos, mas ainda tem que anunciar suas estimativas sobre o tamanho potencial da reserva.
"A área, onde a Petrobras está agora perfurando poços de avaliação, também oferece a oportunidade de aumentar a produção brasileira, com reservas de perfuração mais fácil e barata do que no pré-sal, gigantesca reserva em águas profundas, no litoral do Sudeste brasileiro. A primeira produção em SEAL-11 e suas áreas adjacentes é esperada para 2018, disse a Petrobras em nota", informa a Reuters, registrando que houve pelo menos dez indícios de petróleo e gás em sete poços, conforme comunicados enviados à ANP desde 16 de junho de 2011. Em respostas enviadas por email, a Petrobras declinou dizer quanto petróleo estima haver em SEAL-11 e seus blocos adjacentes, mas disse que 16 poços perfurados desde 2008 na região de águas profundas de Sergipe encontraram vários acúmulos de petróleo, "que compõem uma nova província de petróleo na região".
Conforme a agência inglesa, "a Petrobras e seus parceiros continuam a perfurar a área e solicitaram que a ANP aprove oito planos de avaliação de descoberta para a região marítima, último passo antes do campo ser declarado comercialmente viável". Além de SEAL-11, a Petrobras fez pelo menos mais oito descobertas no bloco vizinho SEAL-10, que é 100% de propriedade da estatal brasileira, e mais duas descobertas no bloco SEAL-4, com 75% detidos pela Petrobras e 25% pela indiana Oil & Natural Gas Corp, segundo dados da ANP citados pela Reuters.
As fontes ouvidas pela agência afirmam também que as últimas perfurações na região também sugerem que um campo gigante de gás natural pode se estender para muito além de SEAL-11, com gás suficiente para suprir todas as necessidades atuais do Brasil "durante décadas". "A descoberta é muito grande, e caso seja desenvolvida poderia transformar a economia do nosso Estado e da nossa região", disse à Reuters o subsecretário de Desenvolvimento Energético do governo de Sergipe, José de Oliveira Júnior. Ele não deu uma estimativa do tamanho das reservas em SEAL-11, mas que elas são tão grandes que a Petrobras teria dito ao governo que provavelmente não será capaz de considerar o desenvolvimento da área por cerca de seis anos.
A agência diz ainda que as autoridades sergipanas estão ansiosas para desenvolver a área rapidamente e melhorar a diminuta produção atual de petróleo no Estado, mas adverte que seus resultados podem demorar. "Petróleo há muito tempo tem sido produzido no Estado, principalmente em terra, mas os volumes são pequenos. A produção mensal em Sergipe é menor do que os maiores campos brasileiros produzem em uma questão de horas. Os frutos da descoberta, no entanto, podem levar anos para chegar até os acionistas e residentes de Sergipe", analisa a Reuters. (Com UOL e Reuters)