Retrato de Davi Azrael Santos Santana, pintado por Bené Santana
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Sergipe registra mil novas mortes por covid-19 em 45 dias
Publicado em 24 de abril de 2021
Por Jornal Do Dia
No último dia cinco de março, quan do o estado de Sergipe ultrapas sou a marca de 3 mil mortos pela covid-19, o governador Belivaldo Chagas baixou decreto com medidas de restrição para tentar reduzir as aglomerações de pessoas. O decreto determinou o fechamento das atividades consideradas não-essenciais, incluindo shoppings, bares e restaurantes, no período entre 22h e 5h do dia seguinte, durante os dias úteis. Já aos finais de semana, a proibição para funcionar começava às 18h de sexta-feira e só terminava às 5h da segunda-feira seguinte.
De outubro de 2020, quando o estado atingiu a marca de 2 mil mortes, a março de 2021 – 3 mil mortos – se passaram cinco meses. No dia 20 de abril, Sergipe alcançou a triste marca de 4 mil mortos pela covid. Foram 1 mil novas mortes num período de apenas 45 dias.
O governador, no entanto, fez foi afrouxar as medidas restritivas – o toque de recolher nos finais de semana é das 22 horas às 5 horas. Belivaldo justificou: "Diante do atual cenário epidemiológico da covid-19 em Sergipe, em que alcançamos uma estabilidade de casos e óbitos, mas ainda num patamar elevado, o Comitê Técnico Científico e de Atividades Especiais (CTCAE) decidiu por prorrogar as medidas restritivas em vigor até o próximo dia 28 de abril. Desta forma, está mantido o toque de recolher das 22h às 5h do dia subsequente em todo o estado, e as restrições maiores aos finais de semana, de modo a evitar as aglomerações que são mais comuns nestes períodos".
Sergipe exibe uma elevada taxa de mortes por milhão (dados de 21/04): Brasil – 1.788; Sergipe – 1.725; Alagoas – 1.199; Bahia – 1.173. O número de casos e óbitos em Sergipe superam em muito os registrados em Alagoas, estado com 1 milhão de habitantes a mais. Na quinta-feira (22), Sergipe registrava 194.312 casos e 4.061 mortos por covid-19, contra 168.747 casos e 4.054 óbitos no estado vizinho.
A diferença entre Sergipe e Alagoas é que o governador Renan Filho adota rigoroso lockdown sempre que os casos avançam em seu estado, enquanto o governador de Sergipe teme contrariar aliados do setor empresarial e estabelece lockdown de fim de semana, um engodo, segundo especialistas, a exemplo do neurocientista e pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis, que deixou a coordenação técnica do Consórcio Nordeste porque alguns governadores não seguiam as orientações científicas.
Sergipe também continua apresentando perigosas taxas de ocupação de leitos de UTI. No boletim do dia 22, a Secretaria de Estado da Saúde informa que 96,9% dos leitos públicos exclusivos par a covid para adultos estão ocupados, enquanto na rede privada esse número chega a 102,7%.
O governo de Sergipe parece ter jogado a toalha na luta contra a covid-19 e fica apenas aguardando o envio de doses de vacinas pelo omisso governo Bolsonaro.
Petrobras segue se desfazendo de ativos em Sergipe
Com o início da desmontagem da plataforma do campo Piranema, no último dia 16, a Petrobras agiliza o projeto de se desfazer de todos os ativos em Sergipe. A plataforma era alugada. Mesmo assim, o governador Belivaldo Chagas continua otimista e aposta em novas ações da companhia, que anunciou pretender investir U$ 2 bilhões até 2025 dentro do projeto Sergipe Águas Profundas.
A FPSO Piranema tinha encerrado sua produção em abril de 2020 e seu "descomissionamento" foi confirmado pela Petrobras em julho. FPSO significa Floating Production Storage and Offloading (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência). Instalada na Bacia Sergipe-Alagoas, litoral sul, na altura de Estância, a plataforma foi inaugurada em 2007 e tinha capacidade de produção de até 30 mil barris por dia de óleo e estocagem de 300 mil barris – volume nunca alcançado.
Destro do projeto de desmonte da Petrobras no estado, no último mês de fevereiro, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) deu um prazo até 31 de dezembro de 2021 para a venda do Polo de Carmópolis, que não teve sucesso na primeira fase do desinvestimento da estatal. Esse polo é um conjunto de 11 concessões de campos de produção terrestres, com instalações integradas, localizadas no estado de Sergipe.
Se a Petrobrás não conseguir vender esses campos no prazo determinado, a ANP deixou claro que pode "iniciar o processo de extinção contratual para os campos sem produção caso conclua que não houve evolução do processo". O governo está colocando a "faca no pescoço" da direção da Petrobrás para acelerar o processo de privatização da empresa.
De acordo com a ANP, até o momento, dos 183 campos de terra e águas rasas colocados no processo de desinvestimento original, 100 (55%) campos foram concluídos, 54 (29%) campos encontram-se em fase avançada de negociação com manifestações das empresas, 15 (8%) não tiveram sucesso e foram incluídos em novos polos do projeto de desinvestimento da Petrobras, distribuídos entre os Polos Carmópolis, Potiguar e Urucu, e 14 (8%) estão em processo de devolução (análise para o descomissionamento ou inclusão na Oferta Permanente).
No caso de Carmópolis, o pacote de ativos tem quase 3.000 poços em operação, além de 17 estações de tratamento de óleo, uma estação de gás em Carmópolis, cerca de 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos e as bases administrativas de Carmópolis, Siririzinho e Riachuelo. Também fazem parte do bloco, o Polo Atalaia, que contém, dentre outros ativos, o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo) e o Oleoduto Bonsucesso-Atalaia, que escoava a produção de óleo das concessões até o Tecarmo. No ano de 2020, a produção média do Polo Carmópolis foi de cerca de 10 mil barris de óleo por dia e de 67 mil m3/dia de gás.
Os gasodutos que passam pelo Sergipe são: Carmópolis-Penedo, Itaporanga-Carmópolis, Atalaia-Itaporanga, Fafen-Sergas, Catu-Carmopólis e Carmopólis-Pilar. O terminal aquaviário de Aracaju era o responsável pelo armazenamento e embarque do petróleo produzido em Sergipe, tanto nos campos terrestres de Carmópolis, Siriri e Riachuelo, quanto na plataforma continental.
Em relação a Piranema, a Petrobras decidiu simplesmente devolver a estrutura da plataforma, sem procurar sequer empresas que poderiam se interessar pela exploração da área, como ocorre no caso do campo da Tartaruga, em Pirambu, posto à venda pela companhia no último dia 29 de junho, e do Polo de Carmópolis.
Em primeiro de abril de 2020, a Petrobras paralisou a produção nas plataformas de exploração de petróleo e gás natural em águas rasas no estado de Sergipe, desativou a sua sede em Aracaju e fechou o Tecarmo.
Edvaldo admite que está na disputa
Sempre que indagado se está mesmo disposto a largar o comando da Prefeitura de Aracaju para aventurar numa disputa pelo governo do estado em 2022, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) tergiversa e diz que nesse momento de pandemia nenhum prefeito pode pensar em campanha eleitoral. "Não há nem tempo para isso".
Na noite de quinta-feira, o secretário de Comunicação Social Carlos Cauê, marqueteiro de todas as campanhas eleitorais vitoriosas para o governo de Sergipe desde 2006 e um dos mais influentes assessores do prefeito, admitiu: "Edvaldo não nega [eventual candidatura]. Mas, não se apressa e entende que o processo é complexo, que há outros ‘players’ legítimos na disputa e que tudo deve ser decidido com unidade no grupo. Entende que seu nome ganha eco até mesmo em cidades do interior por conta do seu trabalho em Aracaju e que isso desperta interesse nos aliados".
Os ‘players’ citados por Cauê são o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), em campanha aberta para o governo, e o conselheiro do TCE Ulices Andrade, que não esconde interesse na disputa, mas evita comentar de público o caso. O senador Rogério Carvalho (PT) não é considerado aliado pelo grupo de Edvaldo em função da posição do PT nas eleições de 2020.
Edvaldo se transformou em prefeito titular pela primeira vez em abril de 2006, quando Marcelo Déda renunciou para disputar e vencer a eleição estadual. A atual vice-prefeita Katarina Feitoza (PSD) foi uma indicação pessoal do governador Belivaldo Chagas, que simpatiza com a candidatura de Edvaldo.
Condições de seca no Nordeste em março
A última atualização do Monitor de Secas aponta que no Nordeste houve uma piora na condição de seca em março, devido às chuvas abaixo da média ao longo dos últimos meses, marcada pelo aumento das áreas com seca moderada e/ou grave em parte de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, devido às precipitações acima da média no último mês, houve uma redução das áreas com seca fraca e moderada no Maranhão – único estado nordestino que registrou melhora nas condições do fenômeno.
Em março a severidade da seca se manteve estável em Sergipe nos patamares de 13% de seca fraca, 53% de seca moderada e 34% de seca grave, sendo que pequenas variações são desconsideradas no Monitor. Assim como em fevereiro, no último mês o estado seguiu com a maior área com seca grave e a condição mais severa do fenômeno no Nordeste. Os impactos permanecem de curto e longo prazo no centro-oeste sergipano e de curto prazo nas demais áreas do estado.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME).
O preço do marqueteiro João Santana
O ex-marqueteiro do PT João Santana ganhará R$ 250 mil por mês num contrato com prazo de duração de um ano assinado entre ele e o PDT, que tem como ex-ministro Ciro Gomes como opção para disputar a presidência da República em 2022.
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, destacou que o acerto "é uma preliminar". "Tenho esperança que ele aceite participar da campanha", afirmou.
Além das campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, João Santana coordenou a comunicação de políticos de outros países.
Com agências