A DELEGACIA VIRTUAL FACILITA AS DENÚNCIAS DE AMEAÇAS E VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DE SERGIPE (Divulgação/SSP)
Sergipe registrou mais de 16 mil casos de violência contra a mulher em 2024
Publicado em 08 de março de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
Um levantamento realizado pela Superintendência da Polícia Civil, por intermédio de peritos da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim), identificou que nos últimos dois anos o estado de Sergipe registrou redução de 47,36% na incidência de feminicídios. Entre 2024 e 2023, a redução foi de 37,5%, evidenciando a continuidade da tendência de queda dos crimes praticados contra a vida de mulheres pela condição do gênero feminino. Apesar de o Governo do Estado enaltecer estes números, os casos de violência física e psicológica contra o público feminino – incluindo mulheres transexuais -, registrou aumento significativo em 2024.
No geral, os registros em delegacia de crimes contra a mulher passaram de 15.794 em 2023 para 16.516 em 2024 no estado. Chama atenção que as Medidas Protetivas de Urgência (MPU) em favor das mulheres em Sergipe aumentaram 23,5% nesse período. Todos estes registros estão atrelados à Lei Maria da Penha. Até a tarde de ontem Sergipe já havia oficializado seis casos de feminicídio, sendo o mais recente vitimizando Josefa Josinete Ribeiro dos Santos, uma senhora de 56 anos, atingida por disparo de arma de fogo nas costas pelo próprio filho; este caso aconteceu na cidade de Poço Verde – Centro Sul Sergipano. No dia 24 de fevereiro, outro caso foi constatado pela Polícia Civil.
Conforme destacado pelo JORNAL DO DIA, o crime aconteceu na Travessa São Jorge, no Bairro Miguel Teles de Mendonça, em Itabaiana – região Agreste do estado. As investigações indicaram desde o início que a nora da vítima era a principal suspeita da ação criminosa; com o amparo de agentes da Polícia Militar, a mulher chegou a ser levada ao Hospital Regional de Itabaiana, mas não resistiu aos ferimentos. Diante das informações denunciando a possível autora do crime, policiais seguiram para a residência da suspeita, mas não a encontraram. Em outros dois momentos, na manhã e tarde de ontem, as buscas foram realizadas, mas a nora seguia ausente.
De acordo com a delegada Lara Schuster, responsável por contribuir na condução da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), o feminicídio é o estágio mais avançado da violência contra a mulher e precisa ser fortemente combatido. “O feminicídio vem de uma escalada de violência, de crimes anteriores, então queremos coibi-la. Estamos inclusive em um cenário de endurecimento das penas contra feminicidas – que passou de 12 a 30 anos de reclusão para de 20 a 40 anos de reclusão”, destacou. Na tentativa de combater os casos de violência, o Ministério Público de Sergipe (MPSE), por meio do Centro de Apoio Operacional dos Direitos da Mulher (CAOp Mulher), lançou a Campanha ‘Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada’.