Pintura de Tintiliano
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Sergipe sem carnaval e sem vacina
Publicado em 14 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia
O cancelamento de grandes feste jos em função da covid-19 já se transformou em rotina no estado de Sergipe desde que a pandemia se espalhou pelo país. No ano passado, foram cancelados eventos importantes como o aniversário de Aracaju em 17 de março, os festejos juninos e o tradicional Réveillon na praia de Atalaia. Este ano não temos Carnaval, certamente não haverá a festa de aniversário da cidade e o São João está ameaçado.
O mais grave disso tudo é que não temos vacina. Até agora, o estado de Sergipe não vacinou nem 2% da população, um dos índices mais baixos do país. O Ministério da Saúde, responsável pela distribuição das vacinas, retardou a compra dos imunizantes e estimula a Anvisa a dificultar o registro de novas vacinas, a exemplo da russa Sputnik V, considerada uma das mais eficazes do mundo, e que já possui estoque suficiente para atender a maioria da população brasileira.
O governador Belivaldo Chagas aguarda pacientemente a remessa de novas doses, evita qualquer atrito com o presidente Bolsonaro e, ao contrário de outros governadores do Nordeste, não ensaia nenhum movimento para a aquisição de vacinas fora do roteiro do governo federal. A vizinha Bahia, por exemplo, entrou no STF pedindo autorização para a compra da vacina russa e a perspectiva é de que a liberação seja definida logo. Quando for liberada a Sputnik V, a Bahia sofrerá uma invasão de sergipanos, como ocorre todos os anos durante o Carnaval, só que agora em busca da vacina.
Belivldo suspendeu os pontos facultativos dos dias de Carnaval, as repartições devem funcionar normalmente, foi seguido por Edvaldo Nogueira e outros prefeitos, mas foi boicotado pelo aliado Luciano Bispo, presidente da Assembleia Legislativa, que manteve o feriadão, da mesma forma que Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público Estadual e todas as unidades da Justiça Federal e MPF. As escolas da rede particular estão fechadas e o comércio também.
Belivaldo rebateu as críticas de que deveria ter dialogado com o Judiciário e Legislativo para que fosse suspenso o ponto facultativo nos dias 15, 16 e 17. "Não tem nada a ver dialogar com os poderes para definir o ponto facultativo. O que nunca me faltou foi diálogo com os poderes, com quem tenho um excelente relacionamento institucional. Mas essa é uma decisão do Comitê Técnico-Científico. Houve uma resolução pela não manutenção do ponto facultativo. Cada um age como deve. Fiz a minha parte. Claro que o ideal é que todos fizessem o ajuste na mesma forma do estado, mas cada poder é independente e age como quer. Eu segui orientação não somente do comitê, formado por técnicos e membros da universidade, mas, também da maioria dos governadores. Me somei a posição de 21 governadores. Não vou polemizar com isso".
Na sexta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde informou que das 21.609 doses recebidas em três lotes, já aplicou 100% da primeira remessa, recebida em 18 de janeiro, e que está aplicando as vacinas dos outros dois repasses. "Até o momento, foram realizadas 14.036 aplicações, o que corresponde a 65% do total de doses recebidas, e atualmente estão sendo manipuladas as doses da segunda remessa enviada pelo Ministério da Saúde. O andamento da vacinação segue o Plano Municipal de Imunização, baseado no Plano Nacional, e que foi validado pelos órgãos fiscalizadores, como Ministérios Públicos Estadual e Federal", completa.
Como não há vacinas, a única arma das autoridades, além da suspensão do descanso dos servidores, é prometer uma fiscalização rigorosa para evitar festas e aglomerações, inclusive nas praias de todo o litoral sergipano. Uma meta difícil de ser cumprida, caso não haja a conscientização da população, principalmente os mais jovens, como já ocorreu em oportunidades anteriores, inclusive no Réveillon.
Dependendo 100% do presidente Bolsonaro e do general Pazuello, o governo de Sergipe deixa a população de mãos atadas. Tem que cumprir expediente presencial, mas não pode relaxar e nem tem direito a vacina.
Covid mata empresários
Dois grandes empresários morreram na semana passada em função de complicações provocadas pela covid-19. Na terça-feira (9) morreu em São Paulo Noel Barbosa,79 anos, um dos fundadores da rede GBarbosa, em 1955, acionista dos dois shoppings da capital, da rede Petrox, hotéis e outros empreendimentos.
Na sexta-feira (12), a vítima foi Manoel Aguiar Menezes Neto, conhecido como Manelito Menezes, de 56 anos, superintendente do grupo Samam e mantenedor da indústria Taquari.
Pesquisa: brasileiros querem vacinação
em ritmo acelerado e auxílio emergencial já
Pesquisa Exame/Ideia apontou que, para 73% dos brasileiros, aumentar a velocidade da vacinação contra a covid-19 deveria ser a prioridade número um do governo. De acordo com o levantamento, 65% dos entrevistados avaliam que aplicação da vacina contra a covid-19 está atrasada; 19% acham que está no prazo adequado e só 4% veem como adiantada – 12% não souberam responder.
Para 27% dos entrevistados, a volta do pagamento do auxílio emergencial é decisiva para analisar a qualidade do trabalho de Jair Bolsonaro.
"Um tema unifica o país: a sensação de atraso da vacinação contra a covid-19. Entre os que desaprovam o presidente Bolsonaro, esse número alcança 78%. Podemos inferir que a vacinação seguirá como a variável-chave de avaliação presidencial", explica Maurício Moura, fundador do Ideia.
Foram entrevistadas 1.200 pessoas entre os dias 9 e 11 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. (Com 247)
Não é candidata
A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) reafirmou, semana passada, que não será candidata à reeleição em 2022. Foi durante entrevista ao Programa Jornal da Família, na FM Jornal. "Esse ano, vou fazer 80 anos. Se eu me candidatasse e lograsse êxito, seriam mais oito anos no Senado, ou seja, encerraria a carreira aos 88 anos. Não vou fazer isso! Cumprirei o meu terceiro mandato que vai até 31 de janeiro de 2023", disse ao deputado-radialista Capitão Samuel e o radialista Bob Júnior,
Maria adiantou que não abandonará a política. "Participarei da política, mas não como candidata a nada. Preciso descansar", assegurou. Questionada sobre a possibilidade de um dos filhos sucedê-la, a senadora foi enfática: "a única que gosta de política é Aninha (a jornalista Ana Alves). Os outros querem ver o cão, mas não querem saber de política", declarou.
O presidente estadual do DEM, ex-deputado federal José Carlos Machado, afirmou que o seu partido continua defendendo o nome da senadora Maria do Carmo Alves à reeleição. Diz que isso não é só um entendimento seu, mas, também, do presidente nacional da legenda ACM Neto. "O DEM defende Maria à reeleição, que já disse que não quer. Só será se quiser. Tenho a missão de viabilizar chapa de deputado federal. Seria mais fácil com um candidato majoritário", avalia Machado, que em 2022 será um dos candidatos do partido à Câmara dos Deputados.
Desafios dos prefeitos
O prefeito Edvaldo Nogueira participou, semana passada, do seminário "A pandemia da Covid-19 e os principais desafios da crise sanitária nas cidades em 2021". O evento virtual, de iniciativa da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, ligada ao PDT, reuniu prefeitos, ex-prefeitos e pesquisadores em saúde pública.
Em sua explanação, Edvaldo destacou três desafios dos gestores municipais: vacinar a população, desenvolver um plano de retomada econômica consistente e assegurar a proteção social aos mais necessitados. "Em Aracaju, estamos executando, com total dedicação e transparência, o nosso Plano de Vacinação e, ao mesmo tempo, elaboramos um Plano de Retomada da Economia com investimentos de R$ 1 bilhão em obras e serviços", garantiu.
Muitos idosos
Sergipe possui 317 mil idosos, ou 13,6% da sua população, dos quais 61% possuem alguma comorbidade e 78% dependem da saúde pública. Estes foram alguns dos dados apresentados pelo deputado estadual Iran Barbosa (PT), na sessão mista desta terça-feira, da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). Os dados constam no levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir dos resultados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – Contínua e Covid-19 – do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traçando um perfil das pessoas com 60 anos ou mais, no Brasil e por estados.
Dos dados tabelados pelo Dieese, Iran Barbosa destacou, também, os números que apontam para uma realidade em que os idosos sergipanos são fundamentais na sustentação financeira de muitas famílias. De acordo com os números, 83% dos idosos moram com outras pessoas; 81% contribuem com 50% ou mais da renda do domicílio, bem acima da média nacional (75%); 32% receberam auxílio emergencial; e 14,2% dos idosos ainda trabalham e contribuem com o orçamento doméstico.
Em relação à saúde e à Covid-19, segundo Iran, os dados preocupam: 34% dos idosos sergipanos moram com estudantes (que são mais suscetíveis a quebrar o distanciamento social); 61% sofrem de algum tipo de comorbidade; 3,7% já testaram positivo para a Covid-19, índice bem acima da média nacional, que é 2,5%; e 22% possuem algum plano de saúde, o que mostra que 78% dos idosos de Sergipe dependem do sistema público de saúde.
Regras eleitorais
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avisou a líderes partidários que criará em breve duas comissões para discutir mudanças na lei eleitoral. Um dos pontos que devem entrar em debate é a flexibilização da cláusula de barreira, que ameaça diversas legendas na eleição de 2022.
Para valerem no ano que vem, mudanças precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado até o mês de outubro, 12 meses antes da eleição.
Com agências