Sergipe sem lei
Publicado em 19 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Da periferia ao cartão postal, mesmo em plena pandemia, não há território a salvo da vio lência em Sergipe. Escolas, unidades de saúde, ônibus e até as igrejas estão na mira dos marginais. O assassinato de policiais civis em Umbaúba é mais um sinal de que o crime superou todos os escrúpulos porventura restantes em relação à ordem institucional. A polícia sergipana não tem moral nem com a população, nem com a bandidagem.
No caso em questão, a reação do Estado foi até rápida. Ontem, seis suspeitos de envolvimento o crime foram presos Cinco homens resistiram à abordagem policial e vieram a óbito. Grande parte dos crimes cometidos contra os cidadãos comuns, no entanto, permanecem impunes.
A ousadia dos marginais cresce na exata medida e proporção da paralisia que acomete o estado. Sem razão para temer qualquer espécie de represália, os criminosos atuam em qualquer hora e lugar. Para se proteger da bandidagem, a população sergipana tem de recorrer a reza braba. Só Jesus na causa.
Os números que explicam a inversão de valores responsável pela liberdade criminosa dos bandidos, enquanto a população vive presa e acuada, são fartos. Além dos índices de homicídio, a realidade estatística do medo que a população sente na própria pele, há também os dados relacionados à falência do sistema prisional e a impunidade. Para além de qualquer índice auferindo a letargia do poder público, no entanto, restam as precauções absurdas a que todos os sergipanos estão hoje obrigados antes de por os pés fora de casa. Coisa de terra sem lei.