O economista Luis Moura, coordenador estadual do Dieese
Sergipe tem quase 200 mil pessoas desocupadas
Publicado em 28 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Números revelados na manhã de ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em termos proporcionais, o estado de Sergipe ocupou no terceiro trimestre deste ano, a segunda posição no ranking nacional de unidades federativas com o maior indicativo de pessoas desempregadas. Entre os meses de julho e setembro deste ano, pontuais 20,3% da população estava sem ocupação trabalhista. No geral, os dados levantados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em Sergipe havia, naquele período, 779 mil pessoas ocupadas e 198 mil desocupadas. A menor unidade federativa do Brasil fica atrás apenas do estado da Bahia, que apareceu com 20,7% de desocupação.
Essa é, também, a segunda pior marca registrada por Sergipe ao longo de 2020; no período que consistem os meses de abril, maio e junho, o índice de pessoas desempregadas já havia alcançado a casa dos 19,8%. Novamente se tratado do mais recente levantamento apresentado pelo IBGE, o órgão identificou que o percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 62,8% (209 mil) do total de empregados no setor privado. Com esse resultado, Sergipe apresenta o 8º menor percentual de empregados com carteira assinada dentro do setor privado. No Brasil, esse percentual ficou em 76,5%. Já no que se refere à taxa de informalidade, foi constatado um percentual de 51,1%, sendo a 7º maior no país.
O economista do Dieese, Luiz Moura, reconhece ainda que o Brasil sofre por medidas governamentais e parlamentaristas realizadas desde o ano de 2017, quando o Congresso Nacional, em Brasília, começou a desenhar o projeto de reforma trabalhista. Focado na realidade do estado de Sergipe, mas se baseando com o cenário enfrentado nos demais 26 estados, o especialista avalia o momento como: "muito grave a situação do desemprego em nosso Estado. Na reforma trabalhista e na MP da Liberdade Econômica, que originalmente era para desburocratizar a abertura de empresas, os deputados aprovaram um texto que, praticamente, fez uma nova reforma trabalhista".
A análise realizada por Luís Moura se confunde com a realidade vivenciada em todo o país. No quesito nacional, os dados levantados pela PNAD Contínua indicam que o Brasil saltou para uma taxa recorde de 14,4%; essa é a maior taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Esse índice corresponde a um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao segundo trimestre encerrado em junho (12,9%), e de 2,6 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado. Esse aumento percentual representa o fechamento de 4,3 milhões de postos de trabalho em apenas três meses, levando o total de desempregados a 13,8 milhões de pessoas. Em junho deste ano Sergipe contabilizava aproximadamente 161 mil pessoas em busca de emprego.