Sergipe tem sete municípios com elevado risco de infestação do aedes
Publicado em 15 de abril de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
Agentes de combate a endemias e gestores públicos municipais estão preocupados com o amplo volume de exames laboratoriais estarem detectando resultado positivo para a dengue. De acordo com dados recém-apresentados pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), somente entre os dias 17 e 23 de março deste ano foi possível se deparar com um crescimento o qual atinge a casa dos 221%. Este movimento negativo foi identificado depois que profissionais da saúde promoveram uma comparação aos últimos dias do ano passado e a primeira semana epidemiológica de 2023 – de 30/12/2022 a 5/1/2023. Esse trabalho de monitoramento de igual modo está sendo desenvolvido por profissionais com atuação da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Com cenário semelhante ao estado de Sergipe, o Ministério da Saúde revelou que as demais unidades federativas também enfrentam aumento dos casos provocados pelo mosquito Aedes Aegypti. A alta de casos de dengue é verificada sobretudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na semana passada o governo federal já havia divulgado que o Informe Semanal do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coe-Arboviroses), relativo à 13ª Semana Epidemiológica de 2023, indicava disparada dos casos. De acordo com o informe, o número de casos prováveis de dengue e chikungunya notificados no Brasil, neste ano (SE de 1 a 13), ultrapassaram o limite máximo esperado pelas autoridades, considerando a série histórica.
Ainda conforme o relatório semanal, é preciso que as administrações públicas, bem como a população em geral, multipliquem os cuidados devido a tendência de aumento de transmissão e casos nas próximas semanas. “No Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika”, o Brasil está classificado no Nível 3 para dengue e Chikungunya, por causa do aumento da incidência e dos óbitos confirmados.
Índice elevado – Na primeira quinzena de fevereiro deste ano o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa) indicava que dos 75 municípios sergipanos, sete apresentam índice elevado de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. O governo do estado enalteceu que este estudo tem o objetivo de medir a presença do vetor nas localidades pesquisadas.
O estudo identificou que 47 municípios estavam em situação de média infestação, e outros 21 com baixo risco. Os municípios com alto índice de infestação eram Itabaiana (5,7); Itabaianinha (4,4); Malhador (4,2); Nossa Senhora da Glória (6,0); Salgado (4,9); São Domingos (4,2) e Simão Dias (5,1). Em referência ao ano passado, o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde Volume 54, destacou que ao menos 5,7 mil casos de dengue foram computados, além de 4 mil casos de chikungunya e 165 de zika, no estado de Sergipe. Houve ainda análise entre os dois últimos anos no Brasil. Comparado a 2021, a nível nacional, a dengue teve um aumento de 162,5% dos casos, com um total de 1,4 milhão de casos prováveis registrados.
Deste número, 1.473 foram confirmados como casos graves de dengue, e 18,1 mil como dengue com sinais de alarme. Em relação às mortes, o país notificou 1.016 óbitos pela doença. Para a gerente do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sidney Sá, o estes estudos unificados permitem que os gestores públicos monitorem as áreas de maior incidência do mosquito, bem como compreendam e identifiquem a melhor maneira de combater o Aedes aegypti. “O levantamento é feito pelos agentes de endemias. Além disso, a cada dois meses, a SES realiza um levantamento rápido para ver a presença do Aedes na perspectiva de promover ações de prevenção a casos de arboviroses e controlar o número de casos”, destacou Sidney.