Segunda, 13 De Janeiro De 2025
       
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SIDNEY POITIER – AO MESTRE COM CARINHO


Publicado em 17 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Poucos atores marcaram tanto a história do cinema quanto o norte-americano Sidney Poitier. Natural de Miami, no dia 20 de fevereiro de 1927, ele está próximo de completar 94 anos de idade. Além de ter sido o primeiro ator negro a ser indicado e a ganhar um Oscar, em 1963, teve a carreira marcada por diversos filmes de sucesso, entre eles o clássico e inesquecível Ao Mestre com Carinho.
De origem humilde, de família das Bahamas, exerceu diversas funções ao longo da infância pobre e da adolescência, se fixando em Nova Iorque aos 18 anos, onde chegou trabalhar num hospital para veteranos de guerra. Tentou algumas vezes seguir a carreira artística no American Negro Theatre, sem sucesso. Com persistência, superou suas dificuldades e seguiu firme no ofício de ator.
Sua estreia no cinema foi com o documentário De onde vem minha ajuda (1949). No mesmo ano, a convite de Darryl F. Zanuck, vez um papel de médico negro que cuidava de pacientes brancos racistas, no filme O Ódio é Cego, de Joseph L. Mankiewicz. Ao longo dos anos, estrelou em cerca de 60 trabalhos, dois quais merecem destaque: Sementes de violência (1955); Sangue sobre a terra (1957); O sol tornará a brilhar (1961); No calor da noite (1967); Atirando para matar (1988); Espiões sem rosto (1988); Chacal (1997). Também foi diretor em alguns, a exemplo de Aconteceu num sábado (1974) e Aconteceu outra vez (1975).
Em Uma voz nas sombras (1963), que lhe conferiu o Oscar de Melhor Ator, ele faz o papel de um operário de construções desempregado (Homer Smith), que após uma parada para resolver um problema mecânico no seu carro, acaba se envolvendo com uma comunidade de freiras do Leste Europeu. Encarado como um enviado por Deus, ele ajudou as religiosas a construírem uma igreja. Homer Smith e as religiosas criam uma relação de empatia e de amizade. Em uma das cenas do filme, ele ensina as freiras a aprimorar o inglês.
Em 1963, Sidney Poitier concorreu com nomes expressivos como Richard Harris e Paul Newman. Naquela ocasião, filmes como Cleópatra estavam entre os mais indicados e também os mais premiados. O filme Uma voz nas sombras, em preto e branco, sem muitos recursos tecnológicos, entrou para a história como um daqueles dramas de forte apelo emocional e com lições extraordinárias de vida, sobre tolerância, amizade e solidariedade.
Além de encenar dramas marcantes, também atuou em filmes de ação, policial e espionagem, a exemplo de Chacal (1997), com Bruce Willis e Richard Gere. Um alucinante e envolvente enredo que traduz bem o contexto histórico do pós fim da União Soviética e as relações internacionais entre a Rússia e os EUA. Sidney Poitier, já com os primeiros traços de velhice, faz o papel de um experiente agente do FBI à caça de um criminoso internacional, mestre em disfarces, que planejava assassinar a primeira dama americana em um atentado terrorista.
O ano de 1967 marcou em definitivo sua trajetória no cinema. Interpretando o papel de um engenheiro (Mark Thackeray) que aceitou o desafio de lecionar numa escola problemática em Londres, Poitier, em grande forma, mostra todo seu potencial artístico em cenas icônicas do cinema, repletas de emoção, tensão e de muita sensibilidade. Com paciência, habilidade e respeito, ele conquista a amizade dos alunos rebeldes e lhes aponta a importância do conhecimento para transformar positivamente suas vidas.
O filme Ao mestre com carinho é um primor, do layout do cartaz, que traz Portier sentado numa mesa, rosto fechado, e um jarro de rosas a sua frente, até a trilha sonora (To Sir, with love) que atravessa o tempo e alcança o coração de várias gerações, com versões belíssimas em português. 
A cena em que ele entra num auditório e é recebido pelos alunos com essa canção, interpretada pela cantora Lulu, é uma das mais magistrais da história do cinema. Não há coração duro que não se dissolva em rios de lágrimas. O filme segue apontando caminhos e perspectivas importantes para a missão de educar e de ensinar. Para além do conteúdo e da técnica, de ter que concorrer com as redes sociais e com os apelos das novas tecnologias, nada segue sem substituir aquilo que realmente mexe com qualquer jovem, em qualquer tempo: a dignidade de viver e a forma humana de ser tratado.

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Poucos atores marcaram tanto a história do cinema quanto o norte-americano Sidney Poitier. Natural de Miami, no dia 20 de fevereiro de 1927, ele está próximo de completar 94 anos de idade. Além de ter sido o primeiro ator negro a ser indicado e a ganhar um Oscar, em 1963, teve a carreira marcada por diversos filmes de sucesso, entre eles o clássico e inesquecível Ao Mestre com Carinho.
De origem humilde, de família das Bahamas, exerceu diversas funções ao longo da infância pobre e da adolescência, se fixando em Nova Iorque aos 18 anos, onde chegou trabalhar num hospital para veteranos de guerra. Tentou algumas vezes seguir a carreira artística no American Negro Theatre, sem sucesso. Com persistência, superou suas dificuldades e seguiu firme no ofício de ator.
Sua estreia no cinema foi com o documentário De onde vem minha ajuda (1949). No mesmo ano, a convite de Darryl F. Zanuck, vez um papel de médico negro que cuidava de pacientes brancos racistas, no filme O Ódio é Cego, de Joseph L. Mankiewicz. Ao longo dos anos, estrelou em cerca de 60 trabalhos, dois quais merecem destaque: Sementes de violência (1955); Sangue sobre a terra (1957); O sol tornará a brilhar (1961); No calor da noite (1967); Atirando para matar (1988); Espiões sem rosto (1988); Chacal (1997). Também foi diretor em alguns, a exemplo de Aconteceu num sábado (1974) e Aconteceu outra vez (1975).
Em Uma voz nas sombras (1963), que lhe conferiu o Oscar de Melhor Ator, ele faz o papel de um operário de construções desempregado (Homer Smith), que após uma parada para resolver um problema mecânico no seu carro, acaba se envolvendo com uma comunidade de freiras do Leste Europeu. Encarado como um enviado por Deus, ele ajudou as religiosas a construírem uma igreja. Homer Smith e as religiosas criam uma relação de empatia e de amizade. Em uma das cenas do filme, ele ensina as freiras a aprimorar o inglês.
Em 1963, Sidney Poitier concorreu com nomes expressivos como Richard Harris e Paul Newman. Naquela ocasião, filmes como Cleópatra estavam entre os mais indicados e também os mais premiados. O filme Uma voz nas sombras, em preto e branco, sem muitos recursos tecnológicos, entrou para a história como um daqueles dramas de forte apelo emocional e com lições extraordinárias de vida, sobre tolerância, amizade e solidariedade.
Além de encenar dramas marcantes, também atuou em filmes de ação, policial e espionagem, a exemplo de Chacal (1997), com Bruce Willis e Richard Gere. Um alucinante e envolvente enredo que traduz bem o contexto histórico do pós fim da União Soviética e as relações internacionais entre a Rússia e os EUA. Sidney Poitier, já com os primeiros traços de velhice, faz o papel de um experiente agente do FBI à caça de um criminoso internacional, mestre em disfarces, que planejava assassinar a primeira dama americana em um atentado terrorista.
O ano de 1967 marcou em definitivo sua trajetória no cinema. Interpretando o papel de um engenheiro (Mark Thackeray) que aceitou o desafio de lecionar numa escola problemática em Londres, Poitier, em grande forma, mostra todo seu potencial artístico em cenas icônicas do cinema, repletas de emoção, tensão e de muita sensibilidade. Com paciência, habilidade e respeito, ele conquista a amizade dos alunos rebeldes e lhes aponta a importância do conhecimento para transformar positivamente suas vidas.
O filme Ao mestre com carinho é um primor, do layout do cartaz, que traz Portier sentado numa mesa, rosto fechado, e um jarro de rosas a sua frente, até a trilha sonora (To Sir, with love) que atravessa o tempo e alcança o coração de várias gerações, com versões belíssimas em português. 
A cena em que ele entra num auditório e é recebido pelos alunos com essa canção, interpretada pela cantora Lulu, é uma das mais magistrais da história do cinema. Não há coração duro que não se dissolva em rios de lágrimas. O filme segue apontando caminhos e perspectivas importantes para a missão de educar e de ensinar. Para além do conteúdo e da técnica, de ter que concorrer com as redes sociais e com os apelos das novas tecnologias, nada segue sem substituir aquilo que realmente mexe com qualquer jovem, em qualquer tempo: a dignidade de viver e a forma humana de ser tratado.

 

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