A assembleia lotou o auditório do Instituto Histórico
Sintese decide manter greve e pagar a multa
Publicado em 26 de maio de 2015
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
A greve dos professores da rede estadual continua, e por tempo indeterminado. Esta decisão foi adotada na tarde de ontem durante assembleia da categoria que encontra-se de braços cruzados desde a segunda-feira da semana passada. Reunidos no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, centro de Aracaju, os docentes votaram pela permanência da greve mesmo após o Tribunal de Justiça, através do desembargador José dos Anjos, ter decretado ilegalidade do ato, e determinar uma multa de R$ 10 mil por cada dia de descumprimento da decisão. Durante o debate dos educadores ficou decidido que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese) deve utilizar o imposto sindical como forma de sustentar a greve.
De acordo com a professora Ângela Melo, presidente do sindicato, na manhã de ontem o documento oficial sobre a ilegalidade foi protocolado na sede do Sintese sob revolta dos professores que presenciaram o exato momento em que o parecer jurídico foi apresentado. A sindicalista garante que os trabalhadores da educação pública estadual estão insatisfeitos com a postura adotada pelo Governo do Estado, e, por isso, decidiram continuar com o movimento e desrespeitar a decisão do TJ/SE. "O que mais nos deixa triste é perceber que o desembargador José dos Anjos, que já foi professor da rede pública e sabe das nossas condições, hoje adota medidas como estas que vão de encontro ao propósito da classe", lamentou.
A categoria reivindica junto à Secretaria de Estado da Educação (Seed) um reajuste salarial de 13,01% para todos os níveis profissionais, além de uma imediata qualificação estrutural das unidades escolares, contratação de novos professores para as salas de aula, e ampliação da segurança em todas as instituições. Os grupos grevistas também mostram-se contrários à proposta de municipalização de 40 escolas dedicadas ao Ensino Fundamental que atualmente são administradas pela Seed.
Para mostrar à sociedade que os educadores vão bater de frente com a força jurídica do Estado e do TJ, na manhã de hoje os grevistas vão se reunir em frente à sede do Tribunal de Justiça sergipano para protestar contra a liminar. "Os colegas professores que hoje lutam por um futuro melhor decidiram continuar a greve e pedir o apoio do povo. Infelizmente a própria justiça está indo de encontro à legislação que manda pagar o piso salarial, e por isso vamos continuar nas ruas protestando contra essa falta de respeito com o professor e com os estudantes", destacou Ângela.
A paralisação de mais de 12 mil professores completa hoje nove dias oficiais e garante cerca de 170 mil estudantes sergipanos longe das salas de aula. Alguns grêmios estudantis já mostraram aprovar a greve. O Governo do Estado, por sua vez, garante estar disposto a participar de diálogos, mas enaltece que o estado vai permanecer respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A mobilização em frente ao TJ está marcada para começar logo mais às 8h na Praça Fausto Cardoso. Já amanhã, dando sequência aos atos grevistas, a categoria volta a se mobilizar nas intermediações do Palácio Governador Augusto Franco, localizado na avenida Adélia Franco. A manifestação também está agendada para começar a partir das 8h.