Sintese vai ao MP contra aulas presenciais com aumento da pandemia
Publicado em 16 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Menos de 24 horas após a Universidade Federal de Sergipe (UFS) ter apresentado um levantamento parcial indicando amplo índice de infecção do coronavírus em professores com atuação das escolas públicas do Estado, a direção executiva do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese) anunciou que vai oficializar o caso junto ao Ministério Público Estadual (MPE). Essa medida tem como principal objetivo pressionar o Governo de Sergipe para que sejam adotadas medidas de proteção contra o aumento dos casos, os quais envolvem ainda demais profissionais com atuação nas instituições educacionais, bem como os próprios milhares de jovens estudantes. Números apresentados pelo Sintese indicam que 40 escolas sofrem atualmente com o surto da doença.
Conforme apresentado pelo JORNAL DO DIA na edição de ontem, a UFS, por intermédio do doutor em Bioquímica Toxicológica e especialista em Análises Clínicas, e coordenador das análises, Lysandro Borges, revelou que dos 28 municípios amplamente testados, oito surgem na faixa vermelha de índice de contaminação. Para apurar com fidelidade o grau de infecção dentro da comunidade escolar, os testes foram aplicados em quatro grupos: professores, gestão e direção, demais funcionários, a exemplos dos vigias e profissionais de limpeza e, por fim, os alunos. As cidades que apontaram situação agravante, são: Campo do Brito, Tobias Barreto, Itabaiana, Lagarto, Simão Dias, Capela, Ribeirópolis e Japaratuba. Em Aracaju, o Colégio Estadual Professor Paulo Freire, localizado no bairro Industrial, apresenta alto índice de vulnerabilidade.
Na concepção apresentada pelo professor Roberto Silva, atual vice-presidente do Sintese, é preciso que o Poder Executivo Estadual, em especial a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduc), busque incansavelmente atender aos pleitos dos profissionais da educação, e deixem de pressionar e ameaçar a classe trabalhadora. "O que nos deixa bastante desnorteados é receber denuncias indicando que a Seduc está ameaçando corte de ponto daqueles professores que não retornem às atividades presenciais nas escolas que apresentam alto grau de compartilhamento desse vírus. Vamos apresentar todos esses dados ao Ministério Público [Estadual] a fim de impor juridicamente que a secretaria recue e atenda aos nossos pedidos", declarou.
"Há vários dias estamos denunciando vários surtos [Covid-19]. Desde o retorno das aulas, a recomendação direcionada para a Seduc é de fechar a escola por 14 dias. É preciso contratar uma empresa especializada para fazer a higienização sanitária das escolas, e temos protocolos sanitárias que falam que nos caos de surtos é preciso fechar o ambiente e os profissionais trabalhar em home office, e isso podemos fazer perfeitamente", completou Roberto Silva.
Contraponto – Por meio de nota oficial a Secretaria de Estado da Educação informou que todas as unidades da rede estadual receberam verbas para investimentos em protocolos de segurança, da ordem de mais de R$ 9.117.514,50 do Profin-Custeio, e mais R$ 2.131.841,67 depositados diretamente nos cofres públicos pelo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). "As escolas públicas instituíram um comitê com representantes de pais, alunos, gestores e professores para acompanhar o retorno e fiscalizar se todas as medidas de segurança estão sendo cumpridas. Vale ressaltar que os estudos da Universidade Federal de Sergipe já assegurou que a escola é um lugar seguro, que não há motivo para crise, visto que os casos positivados assintomáticos inferiram em contágio fora do ambiente escolar. Que nenhuma escola estava funcionando até a data de começar a testagem. Por consequência, não se pode dizer que as pessoas se contaminaram no ambiente escolar".
A pasta enalteceu ainda que: "os protocolos de biossegurança foram massificados com a comunidade escolar, discutidos com gestores das esferas do Magistério e tornado público no Portal Estude em Casa. A Seduc reassegura o compromisso com a aprendizagem dos estudantes e na preparação para o Enem dos mais de 15 mil alunos que retornaram às salas de aula e dos seis mil que estão a retornar. Reitera o compromisso com a segurança em saúde da comunidade escolar e compactua com todos os protocolos chancelados mundialmente pela OMS".