Sofrimento antigo
Publicado em 24 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Desemprego e informalidade nas alturas, iso- lamento social em queda. Os dados da Pes- quisa Nacional por Amostra em Domicílio referentes a Sergipe demonstram com clareza estatística as agruras por que passa a nossa gente.
A taxa de desocupação entre os sergipanos é alarmante, não arrefece. Em maio, primeiro mês da pesquisa, a população ocupada somava 826 mil pessoas. Depois de seis meses de baixas consecutivas no mercado de trabalho, os sergipanos empregados de algum modo não passam de 776 mil. Convém lembrar que a crise do emprego no mercado local é anterior à pandemia. O Covid-19 só fez acentuar um quadro já dramático, há muito.
Todos os dados apontam a ausência de reação do poder público estadual. Hoje, sem contratações no mercado de trabalho formal, a informalidade permanece em patamares elevados, alcançando cerca de 350 mil pessoas em novembro. Por outro lado, o percentual de domicílios em que ao menos uma pessoa recebia auxílio emergencial passou a 53,6%, depois de ter atingido 57,8% em agosto.
A situação é insustentável. O governador Belivaldo Chagas precisa criar novos postos de trabalho, a qualquer custo. Em que pese as circunstâncias extraordinárias que ganharam corpo no rastro da pandemia, convém afirmar a verdade: o sofrimento dos sergipanos é muito mais antigo.