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SOLDADOS DA SAÚDE


Publicado em 30 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Inocêncio Nóbrega
Três prioridades marcaram o início da colonização portuguesa no Brasil: segurança, saúde e educação. Os novos domínios não empolgaram a Coroa, ante a incerteza de existência de prata ou outro metal. Todavia, a terra, a exuberância das matas e da flora, cucavam as autoridades pela sua exploração. Para combate aos corsários e piratas franceses, construção de feitorias uma necessidade. As duas seguintes igualmente se faziam urgentes. Da vinda de navios, carregados especialmente de homens, buscando prosperidade no Novo Mundo, decorreram duas situações, que precisavam ser enfrentadas: proteção ao gentio, uma delas.
O provincial Manuel da Nóbrega põe em prática a execução de um plano, a fundação de um Colégio, na região de Piratininga, sede de aldeias indígenas, de brancos e mamelucos. Cuidados da saúde, dada a proliferação de doenças, em virtude de novos hábitos sexuais e da mudança climática, exigiam prontos socorros médicos, e rápidas providências.  Criaram-se as chamadas Santas Casas de Misericórdia, a primeira delas a de Olinda, em 1539, depois incorporada à do Recife; a segunda, em Santos (1543) e a terceira, na Bahia (1549).Em 1808, D. João VI decidiu criar uma "Escola Cirúrgica, em Salvador, iniciativa de seu médico particular, dr. José Correia Picanço. Dois cirurgiões são nomeados para ministrarem aulas de anatomia e cirurgia obstétrica.
A história não consegue sensibilizar determinados governantes. A saúde e a educação continuam excludentes nos projetos de governo. A saúde, é sempre vítima das distorções gerenciais e financeiras. Encontra-se enferma. É uma área que mais sofre junto ao povo, desarmada de estrutura quando tem de ser combativa e eficiente quando uma doença coletiva ameaça a humanidade. As forças armadas institucionais devem estar absolutamente preparadas nas ocasiões as quais haja risco a paz. Perfilam-se os combatentes, ante os comandantes de estrelas e divisas. Treinamentos nas selvas e manejo de equipamentos mais sofisticados, para atacarem o inimigo, por vezes imaginário.
Neste instante, o desafeto também é invisível, aos nossos olhos. Parece-nos invencível, porém num dia a calma voltará a reinar. Acreditemos nos soldados da saúde, aqueles cujas fardas são os jalecos sem patentes, os bisturis a espada. Os hospitais, são os quartéis sem canhões, batalhões sem fuzis. Ninguém, com disposição de matar, mas salvar vida de seus semelhantes. Anônimos e corajosos, escorchados, até,pela ausência de políticas públicas. A eles, os autênticos militares de hoje, sem distinção e em qualquer país onde atuem, as homenagens de quem ainda sobrevivem a essa epidemia. Estamos nas mãos da ciência.
* Inocêncio Nóbrega, Jornalista
inocnf@gmail.com

* Inocêncio Nóbrega

Três prioridades marcaram o início da colonização portuguesa no Brasil: segurança, saúde e educação. Os novos domínios não empolgaram a Coroa, ante a incerteza de existência de prata ou outro metal. Todavia, a terra, a exuberância das matas e da flora, cucavam as autoridades pela sua exploração. Para combate aos corsários e piratas franceses, construção de feitorias uma necessidade. As duas seguintes igualmente se faziam urgentes. Da vinda de navios, carregados especialmente de homens, buscando prosperidade no Novo Mundo, decorreram duas situações, que precisavam ser enfrentadas: proteção ao gentio, uma delas.
O provincial Manuel da Nóbrega põe em prática a execução de um plano, a fundação de um Colégio, na região de Piratininga, sede de aldeias indígenas, de brancos e mamelucos. Cuidados da saúde, dada a proliferação de doenças, em virtude de novos hábitos sexuais e da mudança climática, exigiam prontos socorros médicos, e rápidas providências.  Criaram-se as chamadas Santas Casas de Misericórdia, a primeira delas a de Olinda, em 1539, depois incorporada à do Recife; a segunda, em Santos (1543) e a terceira, na Bahia (1549).Em 1808, D. João VI decidiu criar uma "Escola Cirúrgica, em Salvador, iniciativa de seu médico particular, dr. José Correia Picanço. Dois cirurgiões são nomeados para ministrarem aulas de anatomia e cirurgia obstétrica.
A história não consegue sensibilizar determinados governantes. A saúde e a educação continuam excludentes nos projetos de governo. A saúde, é sempre vítima das distorções gerenciais e financeiras. Encontra-se enferma. É uma área que mais sofre junto ao povo, desarmada de estrutura quando tem de ser combativa e eficiente quando uma doença coletiva ameaça a humanidade. As forças armadas institucionais devem estar absolutamente preparadas nas ocasiões as quais haja risco a paz. Perfilam-se os combatentes, ante os comandantes de estrelas e divisas. Treinamentos nas selvas e manejo de equipamentos mais sofisticados, para atacarem o inimigo, por vezes imaginário.
Neste instante, o desafeto também é invisível, aos nossos olhos. Parece-nos invencível, porém num dia a calma voltará a reinar. Acreditemos nos soldados da saúde, aqueles cujas fardas são os jalecos sem patentes, os bisturis a espada. Os hospitais, são os quartéis sem canhões, batalhões sem fuzis. Ninguém, com disposição de matar, mas salvar vida de seus semelhantes. Anônimos e corajosos, escorchados, até,pela ausência de políticas públicas. A eles, os autênticos militares de hoje, sem distinção e em qualquer país onde atuem, as homenagens de quem ainda sobrevivem a essa epidemia. Estamos nas mãos da ciência.

* Inocêncio Nóbrega, Jornalistainocnf@gmail.com

 

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