Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
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SONETOS DE ISOLAMENTO DE NELSON CERQUEIRA


Publicado em 03 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia


 

* Gildeci de Oliveira Leite
O que fazer em tempos de isolamento social, reclusão involuntária? Do trabalho não há como fugir, nem há tais pretensões. Impõe-se o aumento dos pacotes de internet, a melhoria da cadeira, que já machuca. No recolhimento, retraído, isolado, fechado, talvez a melhor saída seja abrir-se, uma abertura a portas fechadas, estamos em uma pandemia. As portas cerradas podem ser uma boa alternativa. Mas para abrir-se é preciso começar pela imaginação, ver-se livre, devidamente amarrado, amarrada a outro, a outros, a outra, a outras. Livre, pois grudado ao amor.
Haja poder para desatar tantas desilusões: invisível, o vírus atormenta. Quem sabe "Oxóssi de lança / subindo do pé da serra/ com lâmina bem amolada", pode ensinar a trazer "em sagrada fala de meus desejos/ minha lira/ minha amada/ filha de safira/ minha flor de maracujá/ minha amante meu mungunzá/ meu calmante. " A amada, o amado, longe, perto, na imaginação, materializada/o, juntinho, é a nossa sorte e o bom da vida. O que fazer em tempos de isolamento social, de reclusão involuntária, repito a pergunta? Encarar a vida de frente, enfrentar o mal, nunca permitir que ele nos guie, amar a cada dia, a cada instante o cônjuge, a amada, o amante, proibindo que as crises ética e sanitária nos enlouqueçam.
Antes que me acusem de fora da realidade, de alienado ou quaisquer coisas do gênero, lembro sim das mortes, respeito as memórias, as lembranças, tomo iniciativas. Sem deixar de viver essa certeza, sem perder a empatia para com o outro, precisamos, aceitar na "na madrugada" a "nudez de semideusa difusa" que "acena com calma sinuosa cadente/ o chegar do navio em praia confusa"que nos alenta, nos alimentar ao enfrentamento do cotidiano. Amar sempre foi, sempre será a resposta. Amar a si mesmo e ao outro, pois sem amor de carne e/ou espírito, constrói-se o seu óbvio oposto, que facilmente arromba as portas dos quartos, das casas e mostra-se cruel ao mundo.
Usei trechos do livro "Sonetos de Isolamento" do imortal Nelson Cerqueira para comunicar minha alegria com sua obra, para noticiar um pouco dela. O citado livro é um presente de alto nível, que deve ser lido por todos crentes no amor e/ou necessitados de amorosidade. Devidamente comentada por Aleilton Fonseca, Geraldo Cohem, Gláucia Lemos e pelo próprio poeta, prosador, crítico e poliglota nascido em Irará, a obra além de seduzir traz consigo um roteiro para quem deseja fazer dela instrumento de encantamento sistematizado. Portanto, podemos ler "Sonetos de Isolamento" com o olhar amante, interessado em sorrisos e afeições e/ou olhares famintos dos saberes enunciados nos sonetos e nos comentários, postos de maneira didática. A obra é, também, um cinema inserido na cabeça!
* Gildeci de Oliveira Leite, escritor, sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professor do PPGELS (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade) – UNEB

* Gildeci de Oliveira Leite

O que fazer em tempos de isolamento social, reclusão involuntária? Do trabalho não há como fugir, nem há tais pretensões. Impõe-se o aumento dos pacotes de internet, a melhoria da cadeira, que já machuca. No recolhimento, retraído, isolado, fechado, talvez a melhor saída seja abrir-se, uma abertura a portas fechadas, estamos em uma pandemia. As portas cerradas podem ser uma boa alternativa. Mas para abrir-se é preciso começar pela imaginação, ver-se livre, devidamente amarrado, amarrada a outro, a outros, a outra, a outras. Livre, pois grudado ao amor.
Haja poder para desatar tantas desilusões: invisível, o vírus atormenta. Quem sabe "Oxóssi de lança / subindo do pé da serra/ com lâmina bem amolada", pode ensinar a trazer "em sagrada fala de meus desejos/ minha lira/ minha amada/ filha de safira/ minha flor de maracujá/ minha amante meu mungunzá/ meu calmante. " A amada, o amado, longe, perto, na imaginação, materializada/o, juntinho, é a nossa sorte e o bom da vida. O que fazer em tempos de isolamento social, de reclusão involuntária, repito a pergunta? Encarar a vida de frente, enfrentar o mal, nunca permitir que ele nos guie, amar a cada dia, a cada instante o cônjuge, a amada, o amante, proibindo que as crises ética e sanitária nos enlouqueçam.
Antes que me acusem de fora da realidade, de alienado ou quaisquer coisas do gênero, lembro sim das mortes, respeito as memórias, as lembranças, tomo iniciativas. Sem deixar de viver essa certeza, sem perder a empatia para com o outro, precisamos, aceitar na "na madrugada" a "nudez de semideusa difusa" que "acena com calma sinuosa cadente/ o chegar do navio em praia confusa"que nos alenta, nos alimentar ao enfrentamento do cotidiano. Amar sempre foi, sempre será a resposta. Amar a si mesmo e ao outro, pois sem amor de carne e/ou espírito, constrói-se o seu óbvio oposto, que facilmente arromba as portas dos quartos, das casas e mostra-se cruel ao mundo.
Usei trechos do livro "Sonetos de Isolamento" do imortal Nelson Cerqueira para comunicar minha alegria com sua obra, para noticiar um pouco dela. O citado livro é um presente de alto nível, que deve ser lido por todos crentes no amor e/ou necessitados de amorosidade. Devidamente comentada por Aleilton Fonseca, Geraldo Cohem, Gláucia Lemos e pelo próprio poeta, prosador, crítico e poliglota nascido em Irará, a obra além de seduzir traz consigo um roteiro para quem deseja fazer dela instrumento de encantamento sistematizado. Portanto, podemos ler "Sonetos de Isolamento" com o olhar amante, interessado em sorrisos e afeições e/ou olhares famintos dos saberes enunciados nos sonetos e nos comentários, postos de maneira didática. A obra é, também, um cinema inserido na cabeça!

* Gildeci de Oliveira Leite, escritor, sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professor do PPGELS (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade) – UNEB

 

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