Suspeito preso confessa autoria de 14 assaltos

Gabriel Damásio

O suspeito que foi  preso pelo assalto  contra a urgência do Hospital da Unimed, em 4 de fevereiro, confessou a autoria de cerca de 14 assaltos cometidos em menos de duas semanas contra diversos estabelecimentos do comércio de Aracaju. O acusado, um andarilho de 29 anos, foi preso em flagrante na última segunda-feira, ao tentar assaltar uma padaria no Ponto Novo (zona oeste), e teve sua prisão preventiva decretada ontem pelo juiz plantonista Leonardo Souza Santana Almeida, após uma audiência de custódia no Fórum Gumercindo Bessa. O nome dele não foi divulgado, por imposição da Lei de Abuso de Autoridade. 
O JORNAL DO DIA apurou que o homem já tinha sido preso em 30 de janeiro, por outro assalto cometido em Nossa Senhora do Socorro, mas foi solto no dia seguinte, após uma primeira audiência de custódia, na qual o então plantonista Marcel de Castro Britto impôs o cumprimento de medidas cautelares e o monitoramento por tornozeleira eletrônica. Só que o acusado, ao tentar roubar clientes e o caixa da padaria no Ponto Novo, acabou agarrado pelas vítimas e detido pela Polícia Militar, que o levou à Central de Flagrantes. "Nesse contexto, revelam-se inadequadas as medidas cautelares diversas da prisão. Assim, a manutenção da prisão se justifica pela necessidade de garantir a ordem pública devendo esta ser entendida como a lesão que poderá sofrer a sociedade, caso não seja limitada previamente a liberdade do indiciado", escreveu Leonardo.
Além do Hospital da Unimed, no bairro São José (zona centro), o andarilho agiu em farmácias, padarias, docerias, petshops e em uma segunda clínica, no bairro Siqueira Campos (zona oeste), assaltada no dia seguinte ao roubo na Unimed. Todos os casos vinham sendo acompanhados pelo Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), que identificou o suspeito a partir de imagens de câmeras de segurança dos locais onde os assaltos aconteceram."Nós vínhamos procurando esse cidadão desde que soubemos do primeiro roubo, no hospital. O que tardou a prisão dele foi o fato que desde então ele passou a ser andarilho. Todos os familiares desconheciam o paradeiro dele, que passou a circular por regiões da cidade onde havia grande concentração de usuários de entorpecentes", explicoua delegada Juliana Alcoforado, responsável pelas investigações.
Ela se referiu à motivação alegada pelo acusado para cometer os crimes. De acordo com Juliana, o homem é viciado em crack e buscava principalmente por celulares e dinheiro, para comprar e consumir drogas. "Ele relatou que foi deixado pela esposa e desde então seguia vida dessa forma. O foco das empreitadas dele era celulares e dinheiro. Houve dezenas de celulares, valores incontáveis em dinheiro, principalmente dos estabelecimentos comerciais. Ele mesmo não soube calcular quanto, e segundo ele mesmo falou, tudo foi transformado em drogas e já usado", disse. 
A delegada destacou ainda que o andarilho passou a fazer uma "sequencia impressionante de assaltos", que chegou a provocar medo na população e fazer com que várias vítimas procurassem a polícia. Em alguns dias, foram registrados três ou quatro assaltos praticados por um homem de bicicleta e com blusão.  Outro fato que chamou a atenção foi a maneira como o assaltante cometia os crimes: desarmado. "Ele explicou que não utilizou arma de fogo, fato que ficou claro pra gente nas imagens das câmeras. Ele encobria uma das mãos sob as vestes e, de vez em quando, tirava a mão da roupa e ficou evidente que ele não tinha arma. Ele mesmo contou que se tratava apenas de uma ameaça verbal, fingindo que estava armado e que ia atirar nas pessoas. E as vítimas, temerosas, cediam às ameaças", explicou. 
A delegada indiciou o andarilho por pelo menos oito roubos com autoria confirmada, e pediu a prisão preventiva do suspeito. Apenas um caso ocorrido no final de semana teve a participação dele descartada. Os policiais também buscam identificar e prender um segundo homem que participou do assalto à Unimed, levando e dando fuga ao acusado em uma moto. Informações sobre o suspeito podem ser passadas à Polícia pelo Disque-Denúncia (181) ou pelo aplicativo Disque Denúncia SE. O sigilo do denunciante é garantido.