Taxação dos super-ricos é defendida por vencedora do Nobel de Economia
Publicado em 23 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se
A CUT e as demais centrais farão uma Marcha a Brasília na próxima terça-feira (29) em que defenderão a pauta da classe trabalhadora. Entre as propostas está a taxação dos super-ricos, que pagam proporcionalmente muito menos impostos do que os trabalhadores e as trabalhadoras assalariados do país.
A defesa desta pauta tem crescido não apenas no Brasil como no mundo e agora volta a ganhar destaque com o apoio recebido da economista francesa, Esther Duflo, vencedora do Prêmio Nobel de Economia, em 2019, por sua abordagem experimental para aliviar a pobreza global.
No Brasil, a taxação dos super-ricos sofre uma forte resistência, inclusive por parte do Congresso Nacional, formado em sua maioria por grandes empresários. Até mesmo a proposta do governo Lula em isentar quem ganha até R$ 5 mil reais ao mês do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e em troca quem tem renda de R$ 50 mil por mês passe a pagar mais para que se evite um rombo na arrecadação, não é vista com bons olhos por alguns setores.
Esther Duflo defendeu a proposta brasileira de criar um imposto global anual de 2% sobre a riqueza dos bilionários do mundo, especialmente para financiar a adaptação e a mitigação dos efeitos climáticos sobre as populações mais pobres do planeta.
Em visita ao Brasil, a economista concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, em que defende essa taxação e que o valor arrecadado seja de alguma forma enviado diretamente os mais pobres, os mais afetados pelas mudanças climáticas.
Ela também destacou que “há muita evidência mostrando que tributar pessoas mais ricas não limita investimentos. Isso porque, no final das contas os bilionários têm tanto dinheiro que o que importa para eles é ser mais rico do que seus amigos -e os impostos não mudam isso”.