Quinta, 09 De Janeiro De 2025
       
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Teich diz que deixa pronto plano de trabalho para auxiliar estados


Publicado em 16 de maio de 2020
Por Jornal Do Dia


Nelson Teich faz pronunciamento sobre saída do governo, mas não explicA as razões; será substituído interinamente pelo general Pazuello, que já era o segundo do ministério

 

Jonas Valente 
Agência Brasil 
O médico Nelson Teich, 
que deixou o cargo de 
ministro da Saúde ontem (15), fez um pronunciamento de despedida, no qual fez um balanço da sua curta atuação à frente da pasta. Ele assumiu há cerca de um mês, no lugar de Luiz Henrique Mandetta. O substituto ainda não foi anunciado pelo governo federal.
Teich disse que escolheu sair, que "deu o melhor" de si e que aceitou o convite "não pelo cargo", mas "porque queria tentar ajudar as pessoas". Ele não entrou em detalhes sobre as razões da saída. Havia divergências entre ele e o presidente Jair Bolsonaro sobre temas como o distanciamento social e o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19.
Ele agradeceu à sua equipe, que "sempre o apoiou", e destacou a importância do trabalho conjunto do governo federal com os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde, lembrando que o Sistema Único de Saúde (SUS) é "tripartite". Terminou defendendo o Sistema SUS, observando que é "cria do sistema público".
O agora ex-ministro fez um balanço da sua curta gestão. Começou destacando que "não é simples estar à frente de ministério como este num momento difícil". Mas ressaltou as ações que realizou, como o plano de diretrizes para o distanciamento, o plano de testagem e as medidaas de apoios aos locais mais afetados.
"Deixo um plano de trabalho pronto para auxiliar os secretários estaduais e municipais a tentar entender o que está acontecendo e pensar próximos passos. Quais são os pontos que precisam ser avaliados, os pontos críticos para considerar na tomada de decisão", declarou.
Teich elencou também o programa de testagem, que está "pronto para ser implementado". "Isso vai ser importante para entender a situação da covid-19, o que é fundamental para definir estratégias e ações", acrescentou.
O ex-ministro enfatizou a importância da ida a locais muito afetados pela pandemia. "É fundamental estar na ponta, entender o que acontece no dia a dia, ver o que está sendo feito. Este entendimento foi importante para desenho de ações implementadas em seguida. Cada cidade que a gente vai a gente está melhor preparado para o desafio", disse.
Ele lembrou que, para além das respostas à pandemia, atuou também em outros temas. "Traçamos aqui um plano estratégico. As ações foram iniciadas e [isso] deve ser seguido. É importante lembrar que durante este período temos foco total na covid-19, mas temos um sistema que envolve várias outras doenças. Em todo tempo que a gente trabalhou e passou por este momento, todo o sistema é pensado em paralelo."  
Ele terminou agradecendo o presidente Jair Bolsonaro pela oportunidade à frente do Ministério da Saúde e também aos profissionais da área. "Agradeço os profissionais de saúde mais uma vez. Quando você vê o dia a dia das pessoas, você se impressiona. Ao lado dos pacientes, correndo risco", pontuou.
Repercussão – Após Teich anunciar a saída do cargo, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, que é secretário de Saúde do Pará, publicou nota na tarde de ontem (15) manifestando a "mais alta preocupação com a instabilidade no Ministério da Saúde" e na condução das medidas de combate à pandemia. "Estamos diante da maior calamidade na saúde pública, com o maior número de mortos de nossa história recente. Não é o momento de jogar mais dúvidas neste cenário, que tem infligido tanta dor, sofrimento e morte aos brasileiros", declarou.
O Conselho Nacional de Saúde, órgão de participação social do SUS, divulgou na tarde de hoje nota em que pede "seriedade" e repudia o que classificou como "caos" na pasta. O fórum se posicionou de forma contrária à mudança da estratégia no combate da pandemia.
"As regras não podem ser modificadas sem subsídio científico. A venda da cloroquina de forma irrestrita nas farmácias pode levar pacientes a mais agravos e mortes. Seguiremos exigindo, como órgão legalmente responsável pela fiscalização e monitoramento das ações do Ministério da Saúde e da saúde pública, que o próximo indicado para a pasta mantenha coerência com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), reafirmando a necessidade das medidas de isolamento, valorizando a ciência, a pesquisa clínica e social, que trazem evidências eficazes para transformarmos a realidade que vivemos, mas que vêm sendo refutadas pelo presidente", defendeu o CNS.

O médico Nelson Teich,  que deixou o cargo de  ministro da Saúde ontem (15), fez um pronunciamento de despedida, no qual fez um balanço da sua curta atuação à frente da pasta. Ele assumiu há cerca de um mês, no lugar de Luiz Henrique Mandetta. O substituto ainda não foi anunciado pelo governo federal.
Teich disse que escolheu sair, que "deu o melhor" de si e que aceitou o convite "não pelo cargo", mas "porque queria tentar ajudar as pessoas". Ele não entrou em detalhes sobre as razões da saída. Havia divergências entre ele e o presidente Jair Bolsonaro sobre temas como o distanciamento social e o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19.
Ele agradeceu à sua equipe, que "sempre o apoiou", e destacou a importância do trabalho conjunto do governo federal com os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde, lembrando que o Sistema Único de Saúde (SUS) é "tripartite". Terminou defendendo o Sistema SUS, observando que é "cria do sistema público".
O agora ex-ministro fez um balanço da sua curta gestão. Começou destacando que "não é simples estar à frente de ministério como este num momento difícil". Mas ressaltou as ações que realizou, como o plano de diretrizes para o distanciamento, o plano de testagem e as medidaas de apoios aos locais mais afetados.
"Deixo um plano de trabalho pronto para auxiliar os secretários estaduais e municipais a tentar entender o que está acontecendo e pensar próximos passos. Quais são os pontos que precisam ser avaliados, os pontos críticos para considerar na tomada de decisão", declarou.
Teich elencou também o programa de testagem, que está "pronto para ser implementado". "Isso vai ser importante para entender a situação da covid-19, o que é fundamental para definir estratégias e ações", acrescentou.
O ex-ministro enfatizou a importância da ida a locais muito afetados pela pandemia. "É fundamental estar na ponta, entender o que acontece no dia a dia, ver o que está sendo feito. Este entendimento foi importante para desenho de ações implementadas em seguida. Cada cidade que a gente vai a gente está melhor preparado para o desafio", disse.
Ele lembrou que, para além das respostas à pandemia, atuou também em outros temas. "Traçamos aqui um plano estratégico. As ações foram iniciadas e [isso] deve ser seguido. É importante lembrar que durante este período temos foco total na covid-19, mas temos um sistema que envolve várias outras doenças. Em todo tempo que a gente trabalhou e passou por este momento, todo o sistema é pensado em paralelo."  
Ele terminou agradecendo o presidente Jair Bolsonaro pela oportunidade à frente do Ministério da Saúde e também aos profissionais da área. "Agradeço os profissionais de saúde mais uma vez. Quando você vê o dia a dia das pessoas, você se impressiona. Ao lado dos pacientes, correndo risco", pontuou.

Repercussão – Após Teich anunciar a saída do cargo, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, que é secretário de Saúde do Pará, publicou nota na tarde de ontem (15) manifestando a "mais alta preocupação com a instabilidade no Ministério da Saúde" e na condução das medidas de combate à pandemia. "Estamos diante da maior calamidade na saúde pública, com o maior número de mortos de nossa história recente. Não é o momento de jogar mais dúvidas neste cenário, que tem infligido tanta dor, sofrimento e morte aos brasileiros", declarou.
O Conselho Nacional de Saúde, órgão de participação social do SUS, divulgou na tarde de hoje nota em que pede "seriedade" e repudia o que classificou como "caos" na pasta. O fórum se posicionou de forma contrária à mudança da estratégia no combate da pandemia.
"As regras não podem ser modificadas sem subsídio científico. A venda da cloroquina de forma irrestrita nas farmácias pode levar pacientes a mais agravos e mortes. Seguiremos exigindo, como órgão legalmente responsável pela fiscalização e monitoramento das ações do Ministério da Saúde e da saúde pública, que o próximo indicado para a pasta mantenha coerência com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), reafirmando a necessidade das medidas de isolamento, valorizando a ciência, a pesquisa clínica e social, que trazem evidências eficazes para transformarmos a realidade que vivemos, mas que vêm sendo refutadas pelo presidente", defendeu o CNS.

 

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