Testagem necessária

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do  Estado de Sergipe (Sintese) não concorda com a reto mada das aulas dos alunos do terceiro ano, prevista para ocorrer já na  próxima terça-feira. Sem a testagem em massa de professores e alunos, a entidade argumenta, o governo expõe a população a risco. 
Ninguém é obrigado a rezar pela mesma cartilha do sindicato, com histórico de privilegiar a política partidária em detrimento dos interesses dos trabalhadores da educação. Mas o ponto de vista aqui em questão faz sentido. 
O governo se defende lembrando que a retomada das aulas está autorizada, mas não é obrigatória. Os estudantes mais prudentes continuarão tendo acesso ao conteúdo ministrado em sala de aula de forma remota. Alega também que professores acima de 60 anos ou com comorbidades não vão voltar ao trabalho. Mas esquece que as escolas abertas tendem a provocar aglomeração.
Neste particular, o Jornal do Dia tem posição clara: Sem testagem em massa, qualquer aposta em relação ao estágio da pandemia ainda em curso não passa de um tiro no escuro. É certo que centenas ainda morrem todos os dias, vítimas do Covid-19. O resto é pura especulação.
Mais proveitoso do que promover a retomada do ensino presencial seria suspender o ano letivo. É sabido que o déficit de aprendizado é um dos problemas a serem enfrentados pelos profissionais da rede pública de educação, Brasil afora. As circunstâncias excepcionais da pandemia ainda em curso, motivo de ansiedade e depressão, certamente contribuem para aprofundar o fosso entre o que se pretende ensinar e o que de fato é absorvido em sala de aula.