Sábado, 07 De Setembro De 2024
       
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“Trabalho Escravo ainda existe”: população adere à campanha de alerta sobre o tema


Publicado em 25 de janeiro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Ação do MPT nos mercados alerta para casos de trabalho escravo (Divulgação)

Quem passar pela região dos Mercados Centrais de Aracaju, até esta quinta-feira (25), será convidado a refletir sobre a realidade do trabalho escravo no Brasil e em Sergipe. Trata-se da campanha “Trabalho Escravo ainda existe: liberdade em foco na busca pelo trabalho digno”. Com distribuição de panfletos e exposição de imagens de trabalhadores resgatados em situação análoga a de escravo, o objetivo é conscientizar a sociedade. “Queremos mostrar que o trabalho escravo não é algo do passado. É uma realidade pujante, existe e continua crescendo”, destacou o Procurador do Trabalho e Coordenador Regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAETE), Adroaldo Bispo. A iniciativa é uma realização do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), em parceria com o Instituto Ágatha, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (SETEEM) e a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE).
Em 2023, 3.190 trabalhadores foram resgatados em condições semelhantes às de escravo. O número, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foi o maior dos últimos 14 anos. Jamisson de Jesus é jardineiro. Passava pelos Mercados Centrais, quando a mobilização da campanha chamou a atenção. “Por incrível que pareça, ainda existe trabalho escravo. Essa campanha é fundamental, porque é uma realidade vivida por muitos trabalhadores, seja na agricultura ou em outras empresas”, comentou.
A presidente do Instituto Social Ágatha, Talita Verônica, destacou a importância da parceria para realização da campanha. “Trabalhamos em conjunto na prevenção e no combate a duas temáticas relevantes: o tráfico humano e o trabalho escravo. Essa parceria tem o objetivo de criar ações e articulação política para que haja socialização de conhecimento e promoção de políticas públicas eficientes para garantir a dignidade da pessoa humana”, disse.
O titular da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo em Sergipe (COETRAE-SE), Kalil Ralin, disse que o objetivo é levar essas informações a todos os municípios sergipanos. “Nossa função primordial é erradicar o trabalho escravo no estado. Para isso, vamos levar informação aos 75 municípios sergipanos, para que essa população não fique vulnerável a essa prática. Serão ofertados cursos de qualificação, em especial para as vítimas do trabalho escravo”, destacou.
Na sexta (26), a partir das 8h, acontece o II Fórum de Combate ao Trabalho Escravo em Sergipe, na sede do MPT-SE, em Aracaju. Também na sexta e no sábado (27), a partir das 17h, a campanha promove ações na Orla da Atalaia, com a exposição de uma caixa da realidade, com registros e relatos de resgates dos trabalhadores em condição análoga à escravidão.

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