Tragédia
Publicado em 29 de maio de 2021
Por Jornal Do Dia
Quando uma tragédia ocorre, por negligência ou fatalidade, a primeira providência neces sária é cuidar das vítimas. Depois, é preciso apurar eventuais responsabilidades, doa a quem doer. O incêndio no Hospital Doutor Nestor Piva ceifou quatro vidas. Poderia ter uma extensão até maior. Felizmente, a reação das autoridades competentes – a direção do hospital, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Prefeitura de Aracaju -, foi praticamente imediata, a mais rápida possível. Em cinco minutos, estavam todos lá.
O fogo e a fumaça, no entanto, foram mais rápidos. E devoraram tudo, paredes e utensílios, com um apetite impressionante. Impiedosa, a natureza insensível do desastre não considerou nem mesmo o momento delicado de pandemia. O foco do incêndio já foi identificado, na sala dos médicos. Mas o fogo se alastrou com mais força justamente na ala reservada a pacientes com covid-19.
Pelo menos 60 pessoas, entre funcionários e pacientes do Nestor Piva, precisaram de cuidados médicos. Os feridos e removidos foram encaminhados para vários hospitais. No Hospital de Urgência, chegaram nove vítimas na Unidade de Paciente Crítico, que é uma área para pacientes com queimaduras e principalmente lesão inalatória. O Samu deslocou quase todo o seu efetivo para ajudar nas remoções.
Tudo o que aqui foi relatado diz respeito aos fatos. Fatos lamentáveis, naturalmente. Mas fatos. Resta a quem de direito tomar as providências cabíveis para que tudo seja elucidado o quanto antes, a fim de que novas tragédias, quando contornáveis, não se repitam.