Com medidas restritivas ainda em vigor, transporte coletivo pode dificultar retomada ao trabalho
Transporte continua circulando com medidas restritivas
Publicado em 18 de junho de 2020
Por Jornal Do Dia
A direção do Sindicato das Empresas de Trans- porte de Passageiros de Aracaju (Setransp) confirmou na tarde de ontem ao JORNAL DO DIA que, apesar de parte do setor comercial poder reiniciar as atividades gradativamente a partir de hoje, as ações de prevenção contra o novo coronavírus no serviço de transporte permanecem sem alterações. O grupo administrativo enalteceu que desde a confirmação do primeiro caso da COVID-19 em Aracaju, registrado em março deste ano, medidas preventivas estão sendo diariamente promovidas pelas empresas que operacionalizam o sistema na região metropolitana da capital sergipana. Todas as medidas adotadas são apresentadas à Prefeitura de Aracaju por intermédio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).
Em nota, o Setransp destacou que o acesso aos ônibus e terminais continua a ser restrito a apenas pessoas com máscara. "Motoristas e cobradores continuam com telas de proteção isolando o local dos seus assentos, e orientadores de embarque também alertando os passageiros sobre distanciamento nas filas e no interior dos ônibus. Assim como, prosseguem a limpeza geral diária de ônibus e terminais, bem como a higienização dos veículos durante os intervalos das viagens. E campanhas de conscientização, incluindo a disponibilização de lavatórios externos nos terminais, seguem lembrando a população dos cuidados importantes para prevenir a contaminação", informou. Sobre as perdas econômicas contabilizadas ao longo dos últimos meses, o Setransp pede maior atenção por parte dos gestores públicos.
Com um fluxo de passageiros inferior a 50%, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju revelou que somente entre os anos de 2019 e 2020, nos primeiros 15 dias do mês de junho, foi possível observar que enquanto em 2019 ocorreram mais de 2 milhões de deslocamentos nos ônibus coletivos, este mês apenas 762 mil foram registrados no serviço. "Embora o serviço continue sendo prestado sem a queda na mesma proporção, a receita que representou na primeira quinzena de junho mais de R$ 8 milhões em 2019, fechou este ano com R$ 3 milhões, uma perda de mais de R$ 5,8 milhões de reais". Essa taxa percentual ultrapassou a casa dos 60% entre a segunda quinzena de março e a primeira de maio.
Trabalhadores – Segundo Miguel Belarmino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttra), desde o início da pandemia os diretores sindicais têm buscado dialogar com o setor patronal a fim de garantir proteção aos mais de 2.200 motoristas e cobradores, bem como buscar soluções unificadas que evitem demissões ou retiradas de direitos trabalhistas. "Se aproxima o momento em que muitos esperavam: a retomada gradativa dos trabalhadores. Não há como relaxar, o vírus permanece entre nós e devemos aumentar os cuidados para evitar que nenhum colega que está nas ruas, ou trabalhando internamente acabe se infectando. Não somos contra esse programa de tentativa de volta à normalidade, a gente pede apenas que as medidas preventivas estejam disponíveis", declarou.
Questionado quanto ao número de profissionais que atuam no sistema e necessitaram ser afastados com suspeita ou confirmação da COVID-19, Miguel Belarmino completou afirmando que: "infelizmente, assim como outras categorias, a gente não tem recebido a informação detalhada de quantos colegas foram afastados por apresentar sintomas da doença. Lembramos apenas que trabalhamos transportando centenas de pessoas por dia em um só ônibus, o risco de contágio é muito grande, então a única coisa que pedimos é ampliação dos cuidados, somente assim será possível ajudar de alguma forma a combater o coronavírus."