Quinta, 09 De Maio De 2024
       
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Um mundo em Crise


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Publicado em 27 de janeiro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Saumíneo Nascimento
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Temos na atualidade grandes avanços tecnológicos, mais abundância, mais riqueza, mais perspectivas de prosperidade ao redor do mundo, aumento da longevidade, porém, o mundo está ficando mais violento do que no começo do Século XXI e encerrou o ano passado, 2023, com várias guerras e conflitos armados em disputa de territórios ou governos. As mais evidenciadas pela mídia têm sido a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e a invasão russa contra a Ucrânia, mas também não podemos deixar de saber que existem vários conflitos armados em grande escala ocorrendo em alguns lugares, a exemplo de Burkina Faso, Iêmen, Líbia, Mianmar, Nigéria, Síria, Somália e Sudão.
Estas ocorrências culminam em abusos de Direitos Humanos pelo mundo, que buscarei detalhar mesmo que superficialmente em dois exemplos, conforme adiante.
Sudão – para os técnicos da ONU, o Sudão é o país que apresenta na atualidade todo tipo de violações dos direitos básicos, não existem Direitos Humanos no Sudão. O país vive uma crise caracterizada por execuções, bombardeios, detenções ilegais, torturas, espancamentos, saques de propriedade públicas e privadas.
O discurso de ódio existe em vários lugares do país, ocorre um deslocamento interno e externo, envolvendo mais de 7,6 milhões de pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas e os locais de origem, além disso, 19 milhões de crianças sudanesas não frequentam a escola. Existe um clima generalizado de insegurança e o sistema judiciário está dizimado, fazendo com que o pessoal internacional da ONU evacue alguns territórios e impedindo a atuação de tais profissionais que poderiam amenizar a referida crise. Segundo a ONU, a economia do país está colapsada, 46% da população está desempregada e a inflação nos últimos meses chegou a 250%.
As principais características geopolíticas do país são as seguintes: O Sudão com uma área de 1.886.068 Km² é o terceiro maior país da África (os maiores são Argélia e Congo); a sua população é estimada em aproximadamente 48 milhões de habitantes.
Historicamente o Sudão é marcado por conflitos étnicos, guerras civis, casos de limpeza étnica e escravidão, elevada corrupção e um dos países onde tem mais gente passado fome.
Líbia – é mais um país da África que está em crise, uma missão independente de investigação apontou violações de Direitos Humanos cometidos por forças de segurança do Estado contra dissidentes e migrantes. Lá foi constatada a prática generalizada de detenção arbitrária, assassinato, tortura, estupro, escravidão e desaparecimento forçado e uma impunidade generalizada com abusos ininterruptos.
A Líbia tem uma área de 1.759.540 Km2 e aproximadamente 6,5 milhões de pessoas. É um país com grandes reservas de petróleo, sendo um dos vinte maiores produtores do mundo. Esta crise é decorrente de um processo de reconstrução política depois da ocorrência de uma guerra civil e uma intervenção militar internacional que derrubou o ex-líder do país, Muamar Gadafi.
Além dos dois exemplos citados anteriormente, temos vários outros ao redor do mundo, apontando que a crise humanitária é grave e que precisa de intervenção dos organismos internacionais.
Para acréscimo do que foi relatado, temos ocorrências no Haiti, onde segundo a Unicef, ocorreram 88 graves violações dos direitos das crianças somente no período de julho a setembro de 2023, sendo que destas, 37 resultaram em mortes. O Unicef também alerta que crimes graves, incluindo homicídios intencionais e sequestros, estão aumentando sem precedentes, algo lastimável. Ainda como exemplo do que ocorre no Haiti, a polícia nacional registrou 1.239 homicídios entre julho e setembro de 2023, sendo que os sequestros apresentaram um aumento de 244%, fazendo mais de 700 vítimas.
Cabe destacar ainda, que em notícia recente divulgada pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o ano de 2023 demonstrou a existência de um agravamento de crises humanitárias, a entidade internacional emitiu 43 declarações de emergência em 2023, para aumentar a ajuda em 29 países e enviou, 7,4 milhões de itens de emergência para cuidar de 16,7 milhões de pessoas em todo o mundo.
As crises foram causadas por conflitos, violações dos direitos humanos, desastres naturais ou eventos climáticos extremos, causando uma onda de deslocamentos que deixaram um grande número de pessoas e famílias em situações desesperadoras e com necessidade de assistência humanitária e proteção. O fato é que o sofrimento humano nestes lugares tem sido muito grande.
Os fatos relatados demonstram que estamos com um número sem precedentes de crises humanitárias no mundo, sendo assim, existe a necessidade da construção de uma Agenda Humanitária empenhada em apontar soluções políticas para os novos desafios humanitários.
Os esforços para a manutenção da democracia e o cultivo da confiança pública nas instituições são necessários para que seja possível combater os ataques dos adversários aos sistemas de justiça. Precisamos reduzir a crise humanitária que vivenciamos no presente para que a prosperidade chegue para todos.

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