Segunda, 06 De Janeiro De 2025
       
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UM ÚLTIMO APELO À RAZÃO


Publicado em 27 de maio de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Felipe Morais Valois 
Desde aproximadamente 2015, quando a polarização do Brasil se acentuou, tenho notado uma mudança preocupante no comportamento das pessoas. Nas redes sociais, isso é mais que evidente, tendo em vista que nesse ambiente as pessoas não precisam ter a coragem de dizer o que pensam, como na esfera social, no tete-à-tete, quando o constrangimento é muito maior. Assim, pessoas muito próximas, conhecidos de longa data ou amigos de amigos começaram a adotar um discurso intolerante e de ódio, formando uma espécie de efeito manada e sem medir as consequências desse comportamento.
Quando as eleições de 2018 eram iminentes, esse fenômeno atingiu o ápice da estupidez. Recordo-me que ex-colegas de escola, faculdade e até alguns familiares, que nunca imaginaria que se tornassem o que são hoje, me excluíram do facebook, deixaram de me seguir no instagram e até desferindo ofensas em grupos de whatsapp apenas pelo fato de que nunca apoiei e jamais apoiarei o atual presidente da república, por ser de um campo oposto ao dele. Pessoas com quem jogava bola ou estudava na faculdade, que no passado julguei legais ou ao menos educadas pessoalmente, "saíram do armário" para despejar todos os seus preconceitos interiores para fora, por finalmente terem encontrado uma voz que ecoasse as suas frustrações pessoais entaladas na garganta e no cérebro. Perderam a vergonha de expor seus preconceitos e naturalizaram o absurdo.
Colegas passaram a postar coisas horríveis nas redes sociais, pregando a morte do seu semelhante e a eliminação do outro, mentiras e desinformações sem nem checar a sua veracidade, entrando em páginas de oposição do atual presidente para publicar xingamentos do mais baixo calão, achando aquilo a coisa mais normal do mundo e se orgulhando de serem donos de suas próprias certezas. Houve alguns casos em fui obrigado a apagar da minha conta alguns elementos tamanho a insanidade de seus conteúdos.
Vivendo em um mundo paralelo, onde o seu líder propaga apenas informações adulteradas que se adequam às suas convicções políticas, acusam os que não comungam de sua concepção de mundo de "comunistas", "vermelhos" e defendendo a volta da sanguinária ditadura militar, em nome do que eles dizem ser um suposto "combate à corrupção", da família e de Deus.
Escrevo esse breve texto no Brasil de 2020, o Brasil da pandemia e do triunfo da estupidez, com muita preocupação e assustado com a falta de noção de perigo que assola uma fração da sociedade brasileira. Ao terminar minha leitura de "As Origens do Totalitarismo" de Hannah Arendt, filósofa alemã e judia, que discorreu acerca da construção do pensamento totalitário dos regimes nazi-fascistas e soviéticos, foram inevitáveis as semelhanças com que a autora fala da criação de um mundo fictício capaz de concorrer com o mundo real e o terror como política d e Estado , instrumentos de violência simbólica com o que governo atual dissemina em suas páginas nas redes sociais. Infelizmente, uma fração do nosso povo ainda acredita na narrativa do autoritarismo e da descrença na democracia, fruto das fake news do atual inquilino do Palácio do Planalto.
Nessa fase sombria de nossa história, alguns desses grupos estão indo às ruas para apoiá-lo, descumprindo as regras de isolamento e vomitando o que há de pior para uma democracia: o fechamento das instituições, a volta do regime militar e até agressão física de jornalistas e outras pessoas que eles julgam como inimigos, apenas pela cor da camisa ou porque seu guru-astrólogo disse.
Não dá mais para esperar as próximas eleições. Quem defende ditadura, tortura, morte de opositores e a contaminação das pessoas é assassino! Faço um apelo para todos aqueles que acreditam na democracia como um lugar de respeito e troca de ideias, em prol de um mundo melhor:
NÃO É TEMPO DE OMISSÕES, É TEMPO DE NOS UNIR PARA AFASTAR ESSA CRIATURA QUE QUER NOS MATAR! FORA BOLSONARO!
 
* Felipe Morais Valois é advogado pós-graduado em Direito Tributário.

* Felipe Morais Valois 

Desde aproximadamente 2015, quando a polarização do Brasil se acentuou, tenho notado uma mudança preocupante no comportamento das pessoas. Nas redes sociais, isso é mais que evidente, tendo em vista que nesse ambiente as pessoas não precisam ter a coragem de dizer o que pensam, como na esfera social, no tete-à-tete, quando o constrangimento é muito maior. Assim, pessoas muito próximas, conhecidos de longa data ou amigos de amigos começaram a adotar um discurso intolerante e de ódio, formando uma espécie de efeito manada e sem medir as consequências desse comportamento.
Quando as eleições de 2018 eram iminentes, esse fenômeno atingiu o ápice da estupidez. Recordo-me que ex-colegas de escola, faculdade e até alguns familiares, que nunca imaginaria que se tornassem o que são hoje, me excluíram do facebook, deixaram de me seguir no instagram e até desferindo ofensas em grupos de whatsapp apenas pelo fato de que nunca apoiei e jamais apoiarei o atual presidente da república, por ser de um campo oposto ao dele. Pessoas com quem jogava bola ou estudava na faculdade, que no passado julguei legais ou ao menos educadas pessoalmente, "saíram do armário" para despejar todos os seus preconceitos interiores para fora, por finalmente terem encontrado uma voz que ecoasse as suas frustrações pessoais entaladas na garganta e no cérebro. Perderam a vergonha de expor seus preconceitos e naturalizaram o absurdo.
Colegas passaram a postar coisas horríveis nas redes sociais, pregando a morte do seu semelhante e a eliminação do outro, mentiras e desinformações sem nem checar a sua veracidade, entrando em páginas de oposição do atual presidente para publicar xingamentos do mais baixo calão, achando aquilo a coisa mais normal do mundo e se orgulhando de serem donos de suas próprias certezas. Houve alguns casos em fui obrigado a apagar da minha conta alguns elementos tamanho a insanidade de seus conteúdos.
Vivendo em um mundo paralelo, onde o seu líder propaga apenas informações adulteradas que se adequam às suas convicções políticas, acusam os que não comungam de sua concepção de mundo de "comunistas", "vermelhos" e defendendo a volta da sanguinária ditadura militar, em nome do que eles dizem ser um suposto "combate à corrupção", da família e de Deus.
Escrevo esse breve texto no Brasil de 2020, o Brasil da pandemia e do triunfo da estupidez, com muita preocupação e assustado com a falta de noção de perigo que assola uma fração da sociedade brasileira. Ao terminar minha leitura de "As Origens do Totalitarismo" de Hannah Arendt, filósofa alemã e judia, que discorreu acerca da construção do pensamento totalitário dos regimes nazi-fascistas e soviéticos, foram inevitáveis as semelhanças com que a autora fala da criação de um mundo fictício capaz de concorrer com o mundo real e o terror como política d e Estado , instrumentos de violência simbólica com o que governo atual dissemina em suas páginas nas redes sociais. Infelizmente, uma fração do nosso povo ainda acredita na narrativa do autoritarismo e da descrença na democracia, fruto das fake news do atual inquilino do Palácio do Planalto.
Nessa fase sombria de nossa história, alguns desses grupos estão indo às ruas para apoiá-lo, descumprindo as regras de isolamento e vomitando o que há de pior para uma democracia: o fechamento das instituições, a volta do regime militar e até agressão física de jornalistas e outras pessoas que eles julgam como inimigos, apenas pela cor da camisa ou porque seu guru-astrólogo disse.
Não dá mais para esperar as próximas eleições. Quem defende ditadura, tortura, morte de opositores e a contaminação das pessoas é assassino! Faço um apelo para todos aqueles que acreditam na democracia como um lugar de respeito e troca de ideias, em prol de um mundo melhor:
NÃO É TEMPO DE OMISSÕES, É TEMPO DE NOS UNIR PARA AFASTAR ESSA CRIATURA QUE QUER NOS MATAR! FORA BOLSONARO! 
* Felipe Morais Valois é advogado pós-graduado em Direito Tributário.

 

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